PS denuncia crianças sem refeições nas escolas e acusa CMB de “insensibilidade social”

O Partido Socialista (PS) acusa o executivo municipal de “insensibilidade social”, por, nas escolas onde as refeições são geridas pela Bragahabit, deixar crianças sem almoçar, por falta de pagamento das famílias.
Na reunião de Câmara desta segunda-feira, Hugo Pires adiantou que “há uma dívida brutal de muitas familias que não conseguem pagar as refeições” escolares dos filhos, devido ao impacto que a pandemia está a ter nor orçamentos familiares. “Quando as refeições são gerias pela Junta, os presidentes dizem que são incapazes de dizer a um miúdo que não pode fazer uma refeiçao, porque o pai dele não paga, e têm assumido as despesas. Nas escolas geridas pela BragaHabit, já dizem que não podem comer e fazem uma lista de devedores, que põe na porta da escola”, adiantou o socialista.
Hugo Pires reconhece que este “é um assunto delicado”, mas “as crianças não podem ser tratadas como números”. Embora admite que “um orçamento municipal não estica”, diz que este “é feito de escolhas” e se o PS “tivesse que por em cima da mesa uma grande Noite Branca ou um apoio a famílias mais carenciadas, não teria dúvidas do que escolheria”. “Acho que esta insensibilidade social é notória quando fizemos proposta para aumentar o valor da Componente de Apoio à Família e o presidente a chumba”, referiu. O vereador vai mais longe e indica a Escola de São Lázaro como um dos exemplos onde a lista dos devedores está afixada e as refeições são negadas a crianças que tenham pagamentos em atraso.
Na resposta, o presidente da autarquia, Ricardo Rio, adianta que há “um passivo de mais de 30 mil euros de refeições por pagar no concelho”. O autarca nega que a BragaHabit tenha afixada essa lista em qualquer escola e que tenha negado a refeição a nenhuma criança. Além disso, esclareceu, as refeições na Escola de São Lázaro são da responsabilidade da Associação de Pais.
Depois de uma reunião com o administrador da BragaHabit, Carlos Videira, o autarca adiantou que ficou decidido que a empresa municipal “deveria notificar todos os pais que estivessem abrangidos por essa situação, dando nota que, caso fossem elegíveis para rever o seu escalão, e pudessem ser abrangidos por um qualquer benefício que lhes reduzisse ou isentasse o pagamento, poderiam ter retroativamente essa redução, mas, caso reunissem condições para pagar, tinham que pagar sob pena dos seus filhos não receber a refeição”. “Isto não é insensibilidade social é justiça social. Quem não pode pagar, não paga. Quem pode pagar, tem de pagar, porque , se não pagar, está a prejudicar as outras famílias que não têm condições para o fazer”, acrescentou Ricardo Rio.
