Incêndios. “Era suposto que houvesse um aumento das respostas e não a sua deslocalização”
O presidente da distrital do PSD de Braga acusa o Governo de ignorar os territórios, nomeadamente, as corporações de bombeiros e as autarquias. Num comunicado enviado às redações, os social democratas defendem que não querem que Braga seja a “capital dos incêndios”. Isto porque no primeiro semestre deste ano, no distrito, arderam 2.383 hectares, ou seja, cerca de 27% do total da área ardida em todo o país.
A deslocalização do meio aéreo ligeiro de combate a incêndios do aeródromo de Palmeira para o heliporto de Vila Nova de Famalicão é um dos exemplos, para Paulo Cunha, da política de “remendos” do Governo liderado por António Costa.
“Era suposto que houvesse um aumento das respostas e não a sua deslocalização. No campo geral, a resposta não vai melhorar. Se calhar vai melhorar na zona do Baixo Ave, mas vai piorar no Cávado. O que é suposto é que a resposta no seu todo melhore”, refere.
O PSD defende um novo modelo de Proteção Civil focado na capacitação dos recursos humanos, melhorias das condições de trabalho e recursos para atuar no terreno, pois o país não pode continuar a “apelar ao São Pedro para que seja amigo das corporações e da floresta e que nos brinde com chuva, com frio,
quando é suposto termos sol e calor”.
Os deputados eleitos pelo círculo bracarense vão, agora, questionar o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, sobre o flagelo dos incêndios no distrito de Braga.
“Às vezes há algum autismo da parte dos Governos que ignoram quem está no terreno, que se limitam a observar folhas de Excel e a contratar estudos feitos não sei onde, não sei em que circunstâncias, fazendo tábua rasa da experiência de quem está no terreno há tantos anos”, lamenta.
O presidente da distrital do PSD de Braga alerta para a necessidade dos incêndios não serem alvo de destaque apenas na época de verão, uma vez que as alterações climáticas são algo real. “Já não há períodos de alerta maior do que noutros, porque ao longo de todo o ano é necessário termos essas mulheres e esses homens capazes e com condições”, sublinha.
