Purificação das águas residuais passará pela impressão 3D

A purificação das águas residuais pode ser, no futuro, melhorada graças à utilização da impressão 3D. A convicção é do investigador do CBMA – Centro de Biologia Molecular e Ambiental da Universidade do Minho, Pedro Martins, convidado desta quinta-feira do UMinho I&D.
O trabalho que tem vindo a ser desenvolvido ao longo do último ano tem cativado o interesse de empresas e autarquias. A ideia passa por instalar em Estações de Tratamento de águas (ETA) e residuais (ETAR) um processo terciário ou quaternário que irá eliminar poluentes emergentes que normalmente não são monitorizados pelas estações.
Estes poluentes emergentes são encontrados sobretudo em fármacos, produtos de cuidado pessoal e em químicos utilizados na indústria. Para este efeito de filtração e “purificação” da água o investigador da UMinho está a utilizar membranas com várias camadas, cada uma com diferentes ações sobre contaminantes distintos, que utilizam o próprio sol para degradação de nanopartículas. Todos os contaminantes são “imobilizados” nas membranas impossibilitando a sua passagem para os rios.
Um dos fármacos mais encontrados nos recursos hídricos é a ´Ciprofloxacina`. Em laboratório, Pedro Martins já conseguiu degradar, em cinco horas, cerca de 65% com a mesma membrana.
O trabalho de investigação pessoal de Pedro Martins conta com a colaboração da Águas do Norte, empresa responsável pela exploração e gestão do sistema multimunicipal de abastecimento de água e de saneamento do Norte de Portugal, o que permite utilizar em laboratório amostras reais de águas tratadas, mas com vestígios de poluentes emergentes. Graças aos resultados promissores, o investigador acredita que dentro de no máximo três anos poderá testar esta nova tecnologia e materiais na vida real. O grande desafio passará por entender a performance dos equipamentos e produtos durante a ´filtração` de grandes quantidades de água.
Recorde-se que apesar destes poluentes resistentes afetarem principalmente organismos aquáticos, devido à cadeia alimentar, acabam por ter impacto nos humanos, visto que ingerimos várias espécies de peixe.
