“Quanto mais fortes forem as nossas cidades, mais justa será a Europa”

O vice-presidente do Parlamento Europeu, Younous Omarjee, admitiu, ontem, em Braga, que a Europa enfrenta várias crises e que “é nas cidades que a resistência para a preservação dos valores europeus se compõe da melhor maneira”.
Apontando a crise climática desde logo como exemplo, o vice-presidente do Parlamento Europeu, que participa na Conferência Anual da Eurocities, referiu que “não é possível, à escala global, responder ao desafio climático sem um engajamento extremamente importante das cidades da Europa”. É aí que os esforços devem ser feitos, seja em matéria de transporte ou em matéria de logística”, acrescentou.
A crise demográfica é outra das preocupações de Younous Omarjee, que considera que é também nas cidades que “vemos os impactos da migração”. Para o responsável, “o conjunto dessas crises combina com uma crise da democracia e uma crise de valores”.
O Parlamento Europeu mantém-se ao lado das cidades da Europa
A reconstrução da Ucrânia, referiu ainda, será possível com a colaboração “das cidades da Europa e com as regiões europeias”.
Younous Omarjee apontou ainda à “inquietude sobre o futuro da política de coesão”. “Eu não acredito na morte da política de coesão, apenas porque teremos ampliações, mas essa política vai mudar e nós devemos acompanhar essas mudanças pela nossa capacidade de fazer propostas e de nos fazer ouvir”, afirmou.
Durante a sua intervenção, o francês colocou as cidades no centro da ação, não só “a nível local, mas, mais do que nunca, a nível europeu”.
“As cidades são essenciais para a construção de uma Europa mais forte, justa e competitiva e quanto mais fortes forem as nossas cidades, mais justa será a Europa”, sublinhou.
Para o vice-presidente do Parlamento Europeu, no próximo orçamento da União Europeia, “as cidades devem ser apoiadas na atração de investimento privado, no fomento de economias locais competitivas e no fortalecimento das indústrias europeias”. Além disso, acrescentou, “as cidades devem ter acesso direto a financiamento que apoie melhor a ação climática, a utilização das cidades, a mobilidade, a habitação e a inclusão social”. “Esse é o nosso caminho a seguir”, finalizou.
O reforço do financiamento e empoderamento dos governos locais foi uma ideia defendida também pelo autarca de Braga, Ricardo Rio, na sessão de abertura da Conferência Anual da Eurocities, que termina hoje, em Braga.
