Quartos junto ao campus de Gualtar podem superar os 300 euros

A oferta de alojamento não acompanha a procura junto ao campus de Gualtar. Em média, o preço de um quarto nos edifícios da Rua Nova de Santa Cruz ou da Praceta do Vilar ronda os 220 euros, sem despesas incluídas e com obrigatoriedade de partilha de casas de banho, sendo que em alguns casos os preços podem superar os 300 euros.
Esta segunda-feira, a RUM percorreu as principais ruas junto às instalações da academia minhota para perceber, junto dos alunos, como está a ser a procura por habitação e se os preços têm vindo a aumentar.
Para Ana Pereira e a mãe Alexandrina este é já o segundo dia em busca de uma solução para o primeiro ano na UMinho. Natural de Ponte de Lima, a atleta federada em canoagem quer evitar viagens diárias, mas aos microfones da Universitária não esconde que a tarefa tem sido árdua. “Tenho ligado para diversos números que tenho encontrado em postes nas ruas. Todos os que retribuem as chamadas dizem não ter quartos disponíveis. É dececionante”, confessa. Os valores propostos até ao momento, segundo Alexandrina, estão entre os 130 e os 300 euros. “Vamos procurar o valor mais acessível possível. São muitos gastos”, sublinha.
Menos sorte teve Tiago Abrunhosa que também se faz acompanhar pela mãe nesta busca por um quarto sem qualquer resposta por parte dos proprietários. “Não temos noção de valores, mas estou a apontar para os 250 euros”, refere Susana Costa. Viagens diárias entre Esposende e Braga podem ser opção caso não consiga um lugar numa das residências da Universidade do Minho.
Beatriz Cunha (Barcelos) e Carina Ribeiro (Felgueiras) são estudantes do segundo ano de Ciência da Comunicação. Este ano vão pagar 220 euros por um quarto sem despesas incluídas. “Queria mudar de casa este ano, mas os vários anúncios que vi tinham preços mais altos, cerca de 300 euros”, diz à RUM Beatriz que acrescenta que não existem critérios. “Tenho colegas a pagar 260 euros por quarto e uns têm casa de banho privada, já outros têm de partilhar com mais três pessoas”, afirma.
Quando questionada sobre a possibilidade de tentar um lugar nas residências da UMinho, a jovem bolseira de Barcelos diz não acreditar nessa possibilidade, visto que a residência Lloyd está “cheia” e Santa Tecla acaba por não ser uma opção pois “não tem grande fama”.
No caso de Zoe Camacho, estudante de licenciatura em Estudos orientais, chineses e japoneses, a mudança foi para melhor. No ano passado estava a pagar 400 euros na Residência Montepio U Live de Braga – Júlio Fragata. Atualmente, paga 220 euros sendo que em Agosto o preço acordado tinha sido 200 euros.
A Universitária sabe que diariamente várias dezenas de estudantes utilizam o seu e-mail institucional da Universidade do Minho para pedir ajuda aos colegas mais velhos na procura por quartos para este novo ano letivo. A Associação Académica da Universidade do Minho também está a acompanhar esta situação.
Recorde-se que 96% das vagas da primeira fase na Universidade do Minho foram já ocupadas. A instituição tem dois projetos financiados no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência: a antiga Fábrica Confiança, em Braga, e Santa Luzia, em Guimarães, que deverão começar a receber estudantes a partir de 2025. Também em Braga, junto à antiga saboaria Confiança, está em curso uma obra tendo em vista a primeira residência universitária privada na cidade com o intuito de servir os estudantes da UMinho.
