Quase metade dos estudantes de medicina em Portugal tem sintomas depressivos

Quase metade dos estudantes de medicina (46,9%), em Portugal, tem sintomas depressivos, 12% tem ou já teve pensamentos suicidas e um terço apresenta sintomas de ansiedade. Estes são alguns dos resultados do estudo da Escola de Medicina da Universidade do Minho que monitoriza, desde 2009, a saúde mental dos estudantes do mesmo curso, sendo que este ano, o trabalho foi estendido a todas as escolas médicas do país, com exceção da Madeira e Açores. O trabalho, coordenado pelo professor Pedro Morgado, foi recentemente publicado na revista HealthCare.
De acordo com a estudante de mestrado, Vânia D´Alva Teixeira, alguns estudos apontam para um “agravamento pós-pandemia”, contudo o trabalho da academia minhota não realizou uma comparação com anos anteriores, visto que esta é a primeira vez que o estudo tem uma abrangência nacional.
São as mulheres que acabam por demonstrar maiores níveis de ansiedade. As minorias étnicas e sexuais são outro dos grupos de risco que merecem maior atenção. Quanto aos motivos que levam a estes resultados, esses dizem respeito, sobretudo, à “exigência do curso, dificuldade na gestão do tempo e informação”.
Quanto ao burnout, os questionários revelam que os alunos que sofrem com esta patologia também demonstram maiores níveis de ansiedade e depressão.
A estudante espera que este estudo sirva de alerta para todas as universidades e que as mesmas tomem medidas conjuntas, a título de exemplo, concretizem algumas “alterações a nível curricular”.
