Quase um quinto das empresas fechou portas devido à pandemia

Cerca de 82% das empresas portuguesas mantêm-se em funcionamento, mesmo que de forma parcial. O número é avançado pela sondagem do Instituto Nacional de Estatística e do Banco de Portugal, referente à semana de 6 a 10 de Abril. O mesmo estudo mostra que 16% das empresas encontravam-se temporariamente encerradas, enquanto 2% assinalaram que tinham encerrado definitivamente.
O estudo mostra, ainda, que “37% das empresas em funcionamento ou temporariamente encerradas reportaram uma redução superior a 50% do volume de negócios e 26% reportaram uma redução superior a 50% do número de pessoas ao serviço efetivamente a trabalhar”. Em termos setoriais, o Alojamento e restauração é o setor que apresenta um maior impacto decorrente da pandemia, acrescenta o relatório.
Este é um inquérito que pretende identificar alguns dos principais efeitos da pandemia Covid-19 na atividade das empresas. Como explica o INE, este “baseia-se num questionário de resposta rápida sobre o volume de negócios, o número de trabalhadores, a utilização de instrumentos de apoio públicos, as disponibilidades de liquidez, o recurso ao crédito e os preços praticados”.
Uma das conclusões do estudo é que “a proporção de empresas encerradas (temporária e definitivamente) é maior quanto menor a dimensão“.
O relatório indica, também, que relativamente ao impacto da pandemia COVID-19 no volume de negócios, 80% das empresas em funcionamento ou temporariamente encerradas reportaram um impacto negativo e 5% um impacto positivo. As restantes 15% dizem que não houve um impacto significativo sobre a faturação.
As tais que apresentam um aumento da faturação são, maioritariamente, empresas de “grande” dimensão – 8% das consultadas. Nas micro e pequenas empresas essa percentagem é de 4% e nas médias 5%, o que produz a média de 5%.
Cerca de 26% das empresas reportaram uma redução superior a 50% do número de funcionários efetivamente a trabalhar e 22% reportaram reduções entre 10 e 50%.
A redução do número de funcionários efetivamente a trabalhar ocorreu principalmente devido ao layoff simplificado e, em menor grau, resultou de faltas no âmbito do estado de emergência, por doença ou por apoio à família”, diz o INE.
O relatório indica, ainda, que parece ser ainda uma “percentagem muito pequena das empresas em funcionamento ou temporariamente encerradas já beneficiou das medidas anunciadas pelo Governo devido à pandemia, mas existe uma percentagem mais elevada que planeia beneficiar” dessas medidas. Em especial, 54% das empresas já beneficiaram ou planeiam beneficiar da suspensão do pagamento de obrigações fiscais e contributivas. As moratórias de crédito parecem estar a ser importantes para uma percentagem menor das empresas.
Mas “uma proporção significativa das empresas não beneficiou nem planeia beneficiar de cada uma das medidas consideradas individualmente”, considera o INE.
O relatório demonstrou, também, que “quase 50% das empresas afirma não ter condições de liquidez para se manter em atividade por mais de dois meses sem medidas adicionais de apoio à liquidez”.
Este relatório irá continuar “enquanto se justificar e terá desejavelmente uma frequência semanal”, indica o INE/BdP.
C/Observador
