Reitor da UTAD acusado de perseguir professores após se vangloriar de “saber tudo” sobre docentes 

O reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) é acusado de perseguir os professores. O sindicato do Ensino Superior critica Emídio Gomes, depois de publicamente se vangloriar de tudo saber sobre os docentes da instituição.

As declarações do Reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Emídio Gomes, foram proferidas a 9 de outubro, num evento realizado na Faculdade de Economia do Porto.

“Quatro vezes por ano fecho-me com a totalidade dos meus núcleos de curso e, à porta fechada, e com confidencialidade de que o que lá se passa não é utilizado como fonte, eu sei tudo sobre os meus professores. Antes de ser reitor da universidade, eu fiz uma amostra de 100% dos meus docentes do quadro da universidade. Sei exatamente o que cada um deles faz, como está, quando falta às aulas, quando fazem batota com as aulas, quando não põem lá os pés”.

Esta visão do que é ser reitor levou o sindicato do Ensino Superior a alertar em comunicado para o que considera ser um clima de suspeição e intimidação legitimando a denúncia anónima e comportamentos persecutórios.

O sindicato pediu esclarecimentos ao Ministério da Educação perante uma cultura que diz de medo e prepotência, que esclarece estar na origem de muitos pedidos de apoio jurídico de professores da UTAD.

“Já sabemos que por qualquer coisa que a gente se recuse a fazer é processos disciplinares em cima. A UTAD é a universidade que tem mais litígios a todos os níveis, não é só uma questão de avaliações e contratos. É coisas inadmissíveis, exigir que mude os alunos e os métodos de avaliação”, refere Mila Simões de Abreu, professora UTAD.

Foi a docente Mila Simões de Abreu, quem alertou o sindicato em carta aberta, enviada também à Assembleia da República.

“Estamos a criar a mentalidade de que qualquer patrão pode vir pedir-te informações, dos teus colegas, dos teus superiores. É isso que estamos a fazer 50 anos depois do 25 de Abril”, refere.

Aos 65 anos e com dois processos disciplinares, diz que não existem mais denúncias devido à precariedade dos professores.

“Quero que ele se demita”, destaca a docente da UTAD.

Confrontado com esta situação, o reitor esclareceu, em nota interna, que a realização regular de reuniões do reitor com os núcleos de estudantes é uma “prática pública, saudável (…)”, que a informação é tratada com “confidencialidade” e que vai “continuar a ouvir os estudantes da UTAD, como parte fundamental dos interesses da instituição”.

SIC

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