Residências e mobilidade. Quais as prioridades das candidaturas A e L?

As duas futuras residências universitárias nas cidades de Braga e Guimarães [Residência Confiança e Residência de Santa Luzia, respetivamente] não serão suficientes para os 16 mi estudantes deslocados que a Universidade do Minho tem, mas a prioridade seguinte deve estar, na opinião de Luís Guedes, candidato da lista A, na rede de transportes e não na construção imediata de novas residências, além das duas anunciadas. Para o finalista de mestrado em Sistemas de Informação, a mobilidade também será uma resposta de solução para o problema atual.
“Precisamos de mais camas. Não creio que seria possível ter mais do que dois projetos a avançar no caso de uma coisa tão complexa como a construção de uma residência universitária, mas na região [o problema] resolvia-se muito com uma melhor mobilidade e não necessariamente mais alojamento”, argumentou.
Já a candidata da Lista L, Vitória Carvalho, que também defende uma rede de transportes mais eficiente e abrangente, valoriza as duas novas respostas nas cidades de Braga e Guimarães, mas considera que o movimento estudantil não se pode ficar por aqui nas reivindicações.
Referindo que os números “falam por si”, Vitória Carvalho refere que “independentemente de valorizar o esforço para a fábrica Confiança ou para a Escola de Santa Luzia, é profundamente insuficiente”. “Claro que há muito a fazer para se cumprir o PNAES e para conseguir assegurar a todos estes estudantes que conseguem ter uma opção de residência pública, acessível e de qualidade por parte da própria universidade”, acrescenta.
[OUVIR DEBATE PROMOVIDO PELA RÁDIO UNIVERSITÁRIA DO MINHO]
“Estamos desde o momento 0 contra a subida do preço da senha de cantina” – Lista A
Mesmo perdendo qualidade, Serviços de Ação Social da Universidade do Minho aumentaram preços de todos os serviços no último ano. Candidaturas contestam postura dos serviços.
A lista A conta com vários elementos na atual direção da Associação Académica da Universidade do Minho e Luís Guedes, candidato a presidente da direção assegura que a sua equipa “estava e está abertamente contra desde o momento 0 em que se começou a discutir a subida do preço da senha da cantina”. “Na discussão inicial houve uma oposição muito forte da nossa parte, depois vimos um aumento generalizado no acesso ao desporto informal e também às residências, que apesar de perderem qualidade ano após ano acharam pertinente aumentar o preço. Fizemos manifestações públicas, continuaremos a reivindicar”, apontou, apelando à Universidade do Minho para que “tome medidas”.
“A atual direção da AAUMinho é pouco reivindicativa” diz candidata da lista L
“Temos de nos bater pelo aumento da ação social escolar que não cumpre com o seu propósito” – Lista L
A candidata da Lista L lembra que a bolsa “só cobre o valor da taxa de frequência” e avisa que o aumento do preço das senhas de cantina na Universidade do Minho e a diminuição do número de cantinas “é preocupante”, concordando que “o aumento do preço das residências não se justifica, muito menos pela contínua perda de qualidade” referindo que a residência de Santa Tecla e a residência de Azurém “deixaram de ter um bar” e têm cozinhas “para centenas de estudantes”. A estudante considera ainda que a atual direção “é pouco reivindicativa” e não se associa a movimentos estudantis que exigem publicamente melhorias, nomeadamente com ações de protesto.
Luís Guedes considera que a AAUMinho “tem feito bem” o trabalho de partilha de informações do trabalho reivindicativo que está a ser feito. Refer-se à rubrica AAUMinho Presente.
Vitória Carvalho, da lista L, defende o diálogo entre as estruturas, assim como noutros fóruns, mas considera que o trabalho interno “não é suficiente para assegurar uma ligação concreta aos estudantes”, dando como exemplo a “fraca participação nas reuniões gerais de alunos” assim como no próprio ato eleitoral para os órgãos sociais da AAUMinho com taxas de abstenção a rondar os 90%.
AAUMinho com site inoperacional há meses
Uma das debilidades atuais está na inoperacionalidade do site da AAUMinho. A candidata da Lista L lamenta a situação e critica a direção. Luís Guedes, que integra a atual direção da AAUMinho refere que “o site não é a direção”, realçando a utilização das redes sociais “para garantir que chega a todos os públicos”. Segundo o candidato da Lista A, o site atual “tem sido amaldiçoado desde metade do mandato de 2023” e promete o lançamento do novo site “até ao final do ano”, resultado de um trabalho de vários meses.
Outro dos diversos temas discutidos neste debate está relacionado com a nova sede da AAUMinho que será construída no campus de Gualtar.
