Rio recusa chamar espaço verde ao terreno onde “a qualquer momento” vai nascer ginásio

Um grupo de moradores da Rua Luís Soares Barbosa, na freguesia de S. Victor, surgiu hoje na reunião de executivo camarário para exigir ao presidente da autarquia, Ricardo Rio, que recue na concessão do terreno nas imediações para a construção de um ginásio de grande dimensão, que será erguido pelo grupo Supera. No entanto, o autarca insistiu que o processo foi feito às claras, seguiu todas as normas e está devidamente licenciado para avançar, não encontrando qualquer base na posição de moradores e partidos da oposição para reverter a decisão. “Não há discussão para o avanço ou recuo porque ele está devidamente formalizado. O concessionário está habilitado para a qualquer momento avançar”, afiançou o social democrata.

Quem passa na Avenida Padre Júlio Fragata, no sentido Braga Parque – Estação de Camionagem, antes da saída para o Hospital de Braga, vê que no terreno onde o equipamento vai nascer estão várias cruzes de madeira e algumas lonas com mensagens de alerta dos moradores que nos últimos meses têm intensificado publicamente a sua luta contra este equipamento.

Além das cinquenta árvores plantadas em 2015 pelo Município de Braga e do compromisso do vereador do Ambiente, Altino Bessa, com a construção de um parque verde naquele terreno, o grupo de moradores alerta para a “progressiva impermeabialização dos solos, seja por novas construções ou pelo alargamento da rede viária”, recordando que “quase todos os prédios da rua têm bombas a retirar água das garagens” e antecipando o “agravamento do problema”. Margarida Viana, porta-voz dos moradores, considera ainda que a persistência da maioria está a “desvalorizar” o papel do vereador do Ambiente e das Alterações Climáticas. Esta manhã, na mesma intervenção no período dedicado ao público, a moradora pediu publicamente a Altino Bessa que expressasse a sua opinião sobre o assunto, mas o mesmo recusou fazê-lo, não tecendo qualquer comentário e remetendo todas as explicações para Ricardo Rio. 

Ora, o autarca social democrata refuta as acusações de que a autarquia tem sido alvo. “O processo tramitiu nos órgãos municipais, teve a anuência e o apoio da junta de S. Victor na concretização e foi avançando, foi licenciado, teve pareceres favoráveis da APA, da IP e da CCDR-N”, responde. “Hoje dizer que temos que salvaguardar um espaço verde que não é um espaço verde, é um espaço de equipamento, é um pouco lírico”, rematou.

Oposição – PS e CDU – contesta maioria da coligação Juntos por Braga e está ao lado dos moradores


Artur Feio, vereador do Partido Socialista acusa a maioria de “prometer” e não cumprir. Depois de alguma confusão em torno do sentido de voto do PS nas diferentes fases do processo, o socialista esclareceu que no início de qualquer procedimento o PS “vota a favor” para que o assunto venha a discussão, e só depois de discutidos e analisados toma a opinião sobre a proposta que, no caso, foi de oposição à construção. Já a CDU esteve contra desde o início. Vítor Rodrigues, que a partir de hoje assume oficialmente o cargo de vereador da CDU depois de formalizada a saída de Bárbara Barros, considera que aquela zona “faz falta à cidade” assim como “uma política que olhe para os espaços verdes e livres da cidade como zonas de lazer”. “Há exemplos na cidade em que basta ter algumas árvores a fazer sombra e um ou dois bancos e já há usufruto por parte das pessoas”, sugeriu.


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Elsa Moura
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