Rodrigues vai atribuir Chave de Honra da Cidade a Mesquita e Rio

Está segunda feira e pela primeira vez desde que deixou o cargo de presidente de câmara, Mesquita Machado voltou a marcar presença numa cerimónia de instalação dos novos órgãos sociais do Município de Braga. Há doze anos, quando abandonou o edifício da câmara de Braga após 37 de governação, optou por não surgir na cerimónia para presenciar o momento em que a coligação assumiu o poder oficialmente. Continuou ausente destas cerimónias nos mandatos seguintes tendo reaparecido nesta transição de ciclo em que a coligação se mantém como força mais votada, mas com novo protagonista, João Rodrigues.

Recorde-se que desde 2013 que Mesquita Machado tem vivido completamente afastado da vida pública e política.

 

Na cerimónia de instalação dos novos órgãos sociais, foram muitos os que fizeram questão de cumprimentar Mesquita Machado, com lugar reservado na primeira fila sentado e tendo ao seu lado Ricardo Rio. Certo é que o anúncio de João Rodrigues de atribuição da Chave de Honra da cidade não terá sido previamente comunicado aos antigos autarcas , que apenas no momento terão tomado conhecimento do gesto do novo presidente que será entretanto submetido como proposta a reunião de executivo.

Recorde-se que durante estes doze anos Ricardo Rio não quis prestar qualquer homenagem ao autarca socialista, tendo até recusado a proposta de entrega de uma medalha sugerida pelos vereadores do PS na tradicional cerimónia em dia de S. Geraldo. O gesto é suscetível de várias interpretações e o próprio João Rodrigues fez questão de justificar, em declarações aos jornalistas no final da cerimónia, que esta é “uma nova fase da cidade” e que anunciar a atribuição da medalha de honra da cidade é fazer algo “que já devia ter sido feito”, num claro gesto de distanciamento do entendimento que teria Ricardo Rio.  

“Eu fiquei muito contente que tivessem vindo os dois. E fiz uma coisa que acho que devia ter sido feita, não digo há mais tempo, mas que acho que neste momento tem de ser feita. A vida política às vezes é agressiva, é agreste para as pessoas, deixa marcas, causa sensações menos boas. Mas nós temos que ter a capacidade, em determinados momentos, em determinadas posições, de olhar para as coisas com relativo afastamento. E olhar por cima, perceber o papel que as pessoas, concordando mais ou menos, de perceber o que é que as pessoas significam para a cidade. E eu estaria a ser desonesto comigo e com a cidade se dissesse que Mesquita Machado e Ricardo Rio não foram, provavelmente, as duas pessoas mais importantes desde o 25 de Abril nesta cidade”, argumentou.

Durante o seu discurso, João Rodrigues falou de “dois homens diferentes, de tempos e estilos distintos” que dedicaram muitos anos das suas vidas à mesma causa, servir a cidade”. Por isso, considera que a “política adulta sabe distinguir, sabe que não há futuro quando o passado é escondido ou esquecido” e que “só há futuro quando o passado é aceite e respeitado”. Vincou que não se trata de um gesto pessoal, mas institucional” que não apaga diferenças, mas “vem afirmar um princípio de que Braga é sempre maior do que as diferenças [de cada partido].

A Chave de Honra da Cidade é um galardão municipal destinado a distinguir personalidades, instituições ou organizações nacionais ou estrangeiras que, pelo seu prestígio, cargo, ação ou relacionamento com Braga, sejam considerados dignos dessa distinção.


A proposta será em breve apresentada em sede de reunião de executivo municipal por João Rodrigues.

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Elsa Moura
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