“Salas são lugares seguros”, dizem responsáveis culturais de Braga e Guimarães

Os responsáveis do Theatro Circo, em Braga, e d’ A Oficina, em Guimarães, consideram que “as salas de espectáculo são lugares seguros” e que os contágios ocorrem fora das actividades culturais.
Na sequência da medida do Governo de restringir a circulação aos próximos dois fins-de-semana a partir das 13 horas, as salas ficaram obrigadas a antecipar ou cancelar as actividades previstas para os dias 14, 15, 21 e de Novembro. O Theatro Circo antecipou o concerto de Tiago Sousa, previsto para as 19 horas do dia 14, sábado, para as 11h00, e a peça de teatro As Troianas, da Companhia de Teatro de Braga, prevista para as 19h00 do dia 21, sábado, para as 10h00.
No caso d’A Oficina, o evento da cooperativa cultural vimaranense marcado para os próximos dois fins-de-semana é o Guimarães Jazz, que acontece entre os dias 12 e 22. Nos dias 14,15, e 22 os espectáculos do festival da jazz passam para as 10h30, enquanto que os concertos do período semanal mantêm-se para as 19h30.
Na opinião da directora-artística da cooperativa cultural A Oficina, de Guimarães, Fátima Alçada, a medida do Governo “não está de todo relacionada com os espaços culturais”. A responsável lembra que “os espaços culturais são dos espaços onde há mais segurança”, adiantando que a restrição à circulação nas tardes dos fins-de-semana “tem claramente a ver com os encontros familiares e informais”.
Também o programador do Theatro Circo, Paulo Brandão, assinala que “as pessoas normalmente movimentam-se para os espectáculos de carro com a família, ou com alguém com quem vivem”, acrescentando que, chegado à sala, o público “não pode tirar a máscara e tem de desinfectar as mãos à entrada”.
O responsável cultural da sala bracarense revela que não tem conhecimento de “nenhum caso de infecção que tenha ocorrido quer no palco, quer na plateia”, lamentando que “as medidas não têm sentido para muita gente” e que o “Governo não tenha tido a cultura em conta”.
Paulo Brandão recorda que, no último fim-de-semana, as salas tiveram de antecipar os horários dos concertos para as 19h00, numa adaptação “elogiada pela ministra da Cultura” mas que cai por terra volvida “apenas numa semana”.
