Salgado Zenha. Um exemplo que deve ser replicado nos dias de hoje

A sociedade civil, académica, judicial e política esteve reunida na Universidade do Minho para homenagear Francisco Salgado Zenha. Esta terça-feira, 2 de maio, faria 100 anos. As celebrações foram organizadas em conjunto pela academia, o Município de Braga, a Assembleia Municipal e a Comissão Promotora da Homenagem aos Democratas de Braga.
Recordado como uma das figuras mais relevantes na luta antifascista e na construção do Estado democrático, Salgado Zenha é hoje, como no passado, visto como um exemplo a seguir. Para o reitor, Rui Vieira de Castro, o bracarense destacou-se pela defesa de valores fundamentais e da dignidade humana.
“Em momentos atribulados como os que vivemos, figuras como Salgado Zenha devem ser recordadas. Que o seu exemplo seja mobilizado na busca de um percurso mais adequado para o futuro do nosso país”, declara.
“Não serei instrumento de ninguém”, Francisco Salgado Zenha.
A citação serviu de mote para a sessão de homenagem ao bracarense que desde cedo demonstrou ter um sentido crítico apurado. Enquanto presidente da Associação Académica de Coimbra, na década de 40, foi destituído por se ter recusado a participar numa manifestação organizada pelo Estado Novo.
A Ministra do Ensino Superior, Elvira Fortunato, enfatiza o contributo de Salgado Zenha na construção do Portugal dos dias de hoje.
Escola de Direito (EDUM) celebra 30 anos com homenagem a Francisco Salgado Zenha.
As iniciativas em memória do primeiro presidente da Assembleia Municipal de Braga não ficam por aqui. De acordo com a presidente da EDUM, Cristina Dias, está a ser planeada uma obra com testemunhos, entre outros, do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, e da provedora da Justiça, Maria Lúcia Amaral.
No dia da unidade orgânica, em dezembro, está prevista uma conferência intitulada “Os caminhos necessários”. A ideia é que seja uma reflexão sobre o presente e o legado deixado por Salgado Zenha.
A cerimónia desta terça-feira, 2 de maio, contou com a presença da Ministra da Justiça, da provedora de Justiça e da vice-presidente da Assembleia da República.
A comitiva foi convidada a visitar o espolio de mais de 20 mil volumes doado pela família de Salgado Zenha, há 25 anos, à Escola de Direito da UMinho. O B-Lounge é outro dos locais que acolhe uma exposição: “As páginas Necessárias” que seguirá, posteriormente, para o campus de Azurém.
