Santo António em Famalicão “só se a pandemia permitir”

Em Vila Nova de Famalicão, parte do programa das festas Antoninas, anunciado recentemente pela Câmara Municipal, só vai realizar-se se “a evolução da pandemia assim o permitir”.
As marchas foram canceladas logo em janeiro deste ano, mas, este mês, a autarquia anunciou um programa “minimalista” de 4 a 13 de junho, que conta com nomes como Miguel Araújo (4 de junho) e Zé Amaro (11 de junho), mas também folclore ou bandas de música, sendo necessáro ingresso, apesar dos eventos serem de entrada gratuita.
Depois de ter sido confrontado, na reunião de Câmara desta quinta-feira, pelo Partido Socialista, sobre os possíveis riscos de propagação da covid-19 associados aos ajuntamentos de pessoas, o presidente Paulo Cunha clarificou que “a Câmara está a planear realizar alguns momentos”, mas “pode acontecer alguma coisa que faça com que a autarquia suspenda essa atividade”.
Cunha garantiu ainda que o município vai “avaliar de forma muito rigorosa semana a semana” a situação pandémica e ajustar os planos à realidade. No entanto, lembra que, em 2020, muitas reservas foram colocadas ao programa “Anima-te”, que, “durante vários meses, trouxe atividades culturais a Famalicão, e que foi bem sucedido”. O autarca assegura ainda que não haverá “nenhum tipo de prejuízo” para o município caso o programa tenha que ser cancelado.
“Se fossemos ter uma atitude securitária não havia empresas a trabalhar e até as escolas estavam fechadas. Não quer dizer que se deva correr riscos, mas tem que se ir dando passos no sentido de uma retoma. Era mais fácil não fazer nada. Queremos realizar o que puder ser realizado, sem correr riscos”, asseverou.
Até ao momento, a Câmara de Famalicão avalia a possibilidade de avançar com três momentos: “diversão musical; gastronomia e divertimentos”. No entanto, ressalva o autarca, serão realizados em três espaços distintos: Parque da Devesa, acesso ao parque e Lago Discount. “Só por si, faz com que as pessoas não se aglomerem e, por exemplo, a gastronomia será ao postigo”.
PS acusa Câmara de tomar “decisão eleitoralista”. Paulo Cunha devolve acusação e diz que socialistas”não estão em sintonia com os famalicenses”
O PS já havia censurado, em nota de imprensa, a realização das festas Antoninas, acusando a autarquia de uma decisão eleitoralista, posição que reforçou na reunião de Câmara desta quinta-feira.
“A menos de um mês do anunciado início do programa possível das festas, manda a prudência que se fale claro aos famalicenses e se lhes diga abertamente que são tudo, afinal, interesseiras intenções”, ou seja, “bem-intencionados, mas arriscados desejos ditados pelo calendário eleitoral”, lia-se na nota de imprensa.
Além disso, defendem os socialistas, “Santo António haveria de redimir Vila Nova de Famalicão se a Câmara Municipal optasse por organizar as festas em sua honra de forma simbólica e sem riscos, para que mais e mais depressa os famalicenses sejam vacinados e para que, até às Antoninas de 2022, o pão nunca falte em nenhum lar das 49 freguesias do nosso concelho”.
“Para a oposição, em Famalicão tudo o que se faz tem um motivo desviante. Lamento que o PS não esteja em sintonia com os famalicenses. Eleitoralista é o comunciado do Partido Socialista, que quer dramatizar uma iniciativa que está tão só a ser programada. O PS, por razões eleitoralistas, preferia que não houvesse festas Antoninas”, respondeu Paulo Cunha.
