“Se distância mínima entre bancas é de 2 metros, então fechem todas as feiras”

Mais uma manhã de protesto junto à Câmara Municipal de Braga. Desta vez, os feirantes do mercado municipal entregaram um abaixo-assinado com 1300 assinaturas recolhidas apenas no sábado de manhã junto ao mercado. Os vendedores de vestuário e calçado avisam que enquanto houver força, as concentrações junto ao edifício da CMB vão continuar. Numa nova reunião com a vereadora Olga Pereira, os feirantes ouviram um novo argumento: o director regional da Direcção Geral de Saúde exige distanciamento mínimo de dois metros entre bancas e a rua nas traseiras do Lar Conde de Agrolongo não tem capacidade para acolher todos os feirantes. Ora, Hélder Oliveira, porta-voz dos vendedores de vestuário e calçado no mercado municipal de Braga aponta que se for para garantir os dois metros entre bancas, então praticamente todas as feiras em funcionamento de Norte a Sul do país vão ter de encerrar.
Aos microfones da Universitária, o representante explicou que na última reunião foram acordadas regras entre todos os feirantes “e a CMB concordou”. Os vendedores comprometeram-se a cumprir todos os limites sinalizados no chão, o artigo só pode ser pendurado na zona da banca, a rua fica livre para qualquer emergência e para qualquer acesso ao parque do Lar Conde de Agrolongo. Além disso, logo após a montagem das bancas, as carrinhas serão retiradas do recinto. Comprometem-se ainda ao distanciamento social necessário entre feirantes e clientes, disponibilização de álcool gel para todos os feirantes e clientes e utilização de máscara. Hélder Oliveira garante que todos os feirantes estão dispostos a assinar uma declaração de compromisso sob pena de lhe ser retirado o lugar caso não cumpram as regras. Ora, o plano de contingência proposto foi aceite pela CMB. Ainda assim, a vereadora que recebeu os feirantes citou o delegado regional de saúde que “diz que o distanciamento de dois metros entre bancas é obrigatório” para argumentar que não estão reunidas as condições para a realização da feira naquela rua. Uma justificação que os feirantes que se dizem lesados não compreendem. O porta-voz dá nota que “é impossível em qualquer feira” e sublinha que a DGS “não faz qualquer referência a bancas”, mas sim ao distanciamento social”.
“Todas as feiras estão a trabalhar normal, com máscara, desinfectante e distanciamento social. O mercado municipal aqui em Braga continua a funcionar sem esse distanciamento entre bancas”, avisa.
Feirantes querem reunir com o delegado regional de saúde da DGS
Helder Oliveira sublinha que se os dois metros de distanciamento entre bancas fosse obrigatório, o próprio delegado regional de saúde da DGS teria também de fechar o mercado e a feira semanal de Braga. “Vamos pedir uma reunião com o delegado de saúde para nos dizer se realmente é obrigatório esse distanciamento entre bancas. Se sim, então vai ter de fechar todas as feiras”, atira.
Os feirantes recusam trabalhar na Alameda do Estádio Municipal de Braga, longe dos restantes vendedores e com muito mais dificuldades para fazer negócio. O porta-voz garante que “enquanto os feirantes tiverem força” vão protestar junto à CMB ou na rua junto ao Mercado Municipal.
