“Se os decisores políticos usassem a inteligência artificial tomariam decisões mais fundamentadas”
“Se os decisores políticos usassem a inteligência artificial tomariam decisões mais fundamentadas”.
A opinião de Paulo Novais, professor catedrático da Universidade do Minho, foi partilhada esta quarta-feira, na primeira sessão do ciclo “Diálogos com a Democracia”, promovido pela Comissão Promotora de Homenagem aos Democratas, que se realizou na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva.
O impacto da inteligência artificial na sociedade e na democracia foi o mote para uma conversa que juntou ainda Jorge Saraiva, membro do High-Level Expert Group on AI promovido pela União Europeia e diretor de Inovação da Bragalux e do grupo Três60, e o ChatGPT, inteligência artificial na primeira pessoa.
Para Jorge Saraiva, “a inteligência artificial pode fazer coisas muito más ou muito boas, mas não deixa de ser um espelho da sociedade que temos”.
Estas máquinas podem, no seu entender, “sintetizar dados ou fazer discursos políticos”.
O docente da UMinho diz que “há assuntos em que a inteligência artificial é rigorosa”, mas não para “temas que implicam espírito crítico”.
O ChatGPT admitiu que “a inteligência artificial pode ter implicações para a democracia”, nomeadamente ao nível da “manipulação de dados e opiniões”. No entanto, admitiu a máquina, “pode ajudar a governar”, ainda que a possibilidade de termos inteligência artificial como candidata eleitoral seja “um assunto controverso e complexo”, uma vez que estão programados para “realizar tarefas específicas”. “Existem questões éticas e legais a ser consideradas”, frisou, mas pode “ajudar a gerenciar dados eleitorais e na automatização de processos burocráticos”.
Paulo Sousa, da organização destas sessões, acredita que este debate pode ser o ponto de partida para “a formulação de políticas nacionais e internacionais que tenham em conta os perigos colocados pela inteligência artificial”. A próxima sessão acontece já em fevereiro e estará relacionada com autores do distrito que se debruçam sobre o período do Estado Novo.
