Serviços do Hospital de Braga em risco de encerrar apesar de novas medidas do governo

A autonomia para contratação de médicos por parte dos hospitais públicos, e o reforço do valor pago pelas horas extraordinárias são duas medidas recebidas com agrado por parte da Administração do Hospital de Braga, mas a solução encontrada dificilmente chegará a tempo de evitar outros encerramentos nos próximos dias. Terá sido essa a indicação deixada pelo administrador, João Porfírio de Oliveira, que esta manhã de quarta-feira reuniu com um grupo de militantes centristas afetos à concelhia e distrital de Braga.


No final do encontro, e em declarações aos jornalistas à porta da unidade de saúde, Altino Bessa, presidente da concelhia de Braga do CDS-PP, deu nota da interpretação da administração do Hospital de Braga à decisão tomada ontem em conselho de ministros. O instrumento “poderá ser um fator desbloqueador quer para contratar mais profissionais, quer para aliciar os existentes a fazerem horas extras dentro do próprio serviço e não lá fora como acontece atualmente”, disse.

Contactada pela RUM, a administração do Hospital de Braga, recusa por enquanto comentar o assunto, aguardando por mais esclarecimentos da tutela. 

Certo é que este novo diploma dificilmente evitará um novo encerramento nos próximos dias, disse também aos jornalistas o líder local do CDS.

“Não levamos nenhuma garantia do conselho de administração que estes encerramentos não vão voltar a acontecer, mas teoricamente este diploma pode criar instrumentos mais favoráveis. Nesta fase não foi dada essa garantia porque também não sabem o que é que o mercado tem para responder em termos de profissionais”, continuou.

Recorde-se que o Hospital de Braga está há várias semanas a tentar contratar profissionais para os serviços de pediatria e obstetrícia, mas sem sucesso até ao momento. Recorde-se que desde o início do ano o Hospital de Braga já perdeu seis médicos nestes serviços, sendo que apenas dois saíram por aposentação.

Recorde-se que a falta de profissionais para completar escalas tem obrigado ao encerramento noturno de serviços como a urgência de cirurgia pediátrica ao fim-de-semana, mas também as urgências de obstetrícia e ginecologia no período noturno. Os sucessivos encerramentos obrigam os utentes que necessitam destes serviços a deslocarem-se para hospitais da região, nomeadamente Famalicão, Guimarães e Porto.

“Ideologidamente”, lembrou Altino Bessa, o CDS-PP “não é contra as parcerias público privadas na gestão de hospitais públicos”. Os centristas explicaram também que não têm “nada contra os gestores públicos” já que o problema está nos instrumentos de gestão que são “mais castradores”. 

c/Liliana Oliveira

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Elsa Moura
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