Sociedade Protetora dos Animais desespera por melhores condições no CRO de Guimarães

A Sociedade Protetora dos Animais de Guimarães (SPAG) alerta para a urgência das obras no Centro de Recolha Oficial (CRO). O assunto foi levado esta terça-feira à reunião de câmara, no período destinado às perguntas dos cidadãos, pela vice-presidente da associação.
A sobrelotação do local é um dos problemas apontados. Isabel Rodrigues diz que existem “dois corredores para 46 animais que vivem num presídio, num espaço exíguo”, alertando para a falta de luz natural, para o ruído e para o stress constante a que estão sujeitos.
Nesse sentido, enquanto a obra não avança, propõe a divisão dos quatro parques exteriores, que, no seu entender, estão “subaproveitados”, em parcelas, de modo a que os cães possam passar mais tempo no exterior.
A SPAG tem um protocolo de colaboração com a autarquia relacionado com o canil/gatil municipal, permitindo, por exemplo, aos voluntários passearem os animais.
Outra das propostas é alargar o horário do CRO, que funciona de segunda a sexta-feira, entre as 9h30 e as 12h e entre as 14h e as 15h30, ao sábado abre apenas duas horas, das 9h30 e às 11h30, e ao domingo está fechado ao público. Isabel Rodrigues fala num “horário incompatível para a maior parte dos voluntários”, alertando que, ao domingo, “só vai um funcionário” ao local.
Presidente da Câmara de Guimarães fala em “contradição” e diz não estar preocupado
Perante os problemas expostos, o presidente da Câmara Municipal considera que há “uma contradição entre a versão da Sociedade Protetora dos Animais de Guimarães e o reporte feito pela direção técnica do Centro de Recolha Oficial”.
Domingos Bragança acredita, ainda assim, que “ninguém está a faltar à verdade, mas que pode haver diferentes interpretações”, sugerindo uma reunião entre a SPAG, a direção técnica e a vereadora responsável, Sofia Ferreira, para um eventual aperfeiçoamento do protocolo. “Não me preocupa nada esse Centro de Recolha Oficial de Guimarães. Está a funcionar bem, segundo a direção técnica”, acrescenta.
O autarca confessa que não é possível apontar uma data para o arranque da obra de alargamento do CRO. Domingos Bragança refere que a prioridade passa pela revisão do projeto, de forma a “baixar” o preço previsto, que supera um milhão de euros, “sem pôr em causa a qualidade da ampliação do canil”. “Os preços base das obras, com a situação pandémica e com a guerra, começam a dobrar o custo”, justifica.
No final da reunião de câmara, a coligação Juntos por Guimarães também comentou o assunto. Bruno Fernandes não compreende o porquê de “um projeto tão simples demorar tanto tempo” a ser executado e critica “a postura da autarquia de tardar em resolver aqueles que são problemas importantes”.
