Sombras e obsessões de Mário Coelho em cena no Theatro Circo

Uma rapariga está numa sala, num apartamento como qualquer outro, uma porta abre-se, 10 corpos entram repentinamente e começam a dançar. Ao fim de pouco mais de 20 minutos, este grupo de estranhos desaparece. Assim começa a peça ‘Quando eu morrer, vou fazer filmes no Inferno!’, de Mário Coelho, que sobe ao palco da sala principal do Theatro Circo, este sábado, pelas 21h30.

Aos microfones da RUM, o autor e encenador adianta que a obra retrata “uma maldição de família”, na qual todas as mulheres a partir dos 24 anos passam a ser assombradas por um grupo de estranhos, como uma espécie de “tragédia hereditária”. Mário Coelho confessa que partiu de uma experiência pessoal para explorar a forma como traumas e memórias familiares se perpetuam através de gerações, quase como maldições invisíveis.

Ao retratar o percurso de um artista, a peça propõe uma reflexão sobre como seria se Portugal desenvolvesse uma indústria de cinema semelhante à de Hollywood entre 1930 e 1940. Com uma estética marcada pela intersecção entre teatro e cinema, aponta o encenador, a peça debate “as relações de poder, hierárquicas, entre pais e filhos e produtores e artistas”.

Uma das personagens segura uma câmara que projeta, para um ecrã gigante, a realidade do palco, criando uma espécie de “making of”. Mário Coelho destaca que o espetáculo conta com “pequenos decores”, ou seja, uma espécie de oficina onde, ao fundo da cena, ficam “todos os objetos, adereços e peças de cenário que vão ser utilizadas ao longo do espetáculo”.

*Escrito por Marcelo Hermsdorf e editado por Ariana Azevedo

c/Carolina Damas

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