“Sou candidato à CMB”. Ricardo Silva quer “devolver a política às pessoas”

É oficial. Ricardo Silva deu o tiro de partida na candidatura independente à Câmara Municipal de Braga. Foi na Praça Municipal, com o edifício dos Paços do Concelho como pano de fundo, que o presidente da maior junta de freguesia de Braga, S. Victor, afirmou que é “candidato” à presidência do município. A partir de hoje arranca o período de recolha de 5 mil assinaturas para validar o processo, um sinal de que “não partem em pé de igualdade e nas mesmas condições que uma candidatura partidária”. Diz que “deste movimento independente, a população não pode esperar ver dezenas de cartazes e outdoors, milhares de brindes para aliciar votos, nem comícios faustosos”, comprometendo-se na aposta “no contacto pessoal, na proximidade e na auscultação”.


‘Amar e servir Braga’, o lema da candidatura encabeçada pelo arqueólogo de 43 anos, ele que explicou que esta “é uma expressão de cidadania, assente nos valores da participação pública, que tem como missão permitir que cidadãos assumam a responsabilidade de trabalhar em prol de outros cidadãos”. 

“Não é constituída por uma ambição pessoal, mas por um compromisso de responsabilidade para com o concelho que me viu crescer, com os valores que me definem e com o desejo profundo de devolver a política às pessoas, às instituições e a todos os que querem fazer parte da solução”, afiançou.

Defende “um novo conceito de política que coloca o bem-estar da população, a sua qualidade de vida, acima dos interesses” que “muitas vezes não se compreendem e que nada acrescentam”. Dirigiu-se depois às crianças, aos jovens e aos idosos, e sublinhou o objetivo de ajudar a construir um concelho de Braga “sustentável, que equilibre o progresso e a preservação, que crie, mantenha e valorize os espaços verdes, que aposte na mobilidade eficiente e acessível para todos”.

Segundo Ricardo Silva não há listas fechadas mas, “há um conjunto de pessoas manifestamente aderentes a este projeto”, vincando que agora é necessário “continuar a encorpar” o projeto com candidatos à CMB, Assembleia Municipal de Braga e juntas de freguesia, notando que as equipas em formação “valerão mais pelo seu conjunto do que pelo cabeça de lista”. Promete “andar de porta em porta a recolher assinaturas” e não duvida que “facilmente será ultrapassada a meta das cinco mil”. “É uma candidatura aberta a todos os que queiram ajudar a fazer a diferença para melhor. Não vamos perguntar filiações partidárias a quem se quiser juntar, queremos é que sejam pessoas que entendam a necessidade de, por bem, empreender ações na política”, acrescentou.

Site oficial conta com secção de donativos

Silva disse também que a equipa está no terreno a tentar constituir candidaturas a todas as freguesias e que o site oficial não servirá apenas para dar a conhecer o projeto e as ideias, mas também para ser um espaço de “transparência” junto da comunidade já que será possível ajudar financeiramente o projeto com donativos devidamente identificados.

O candidato independente acrescentou que o movimento “conta com todos, não apenas na hora do voto”. Afirmou que se trata de uma candidatura que precisa também de apoios financeiros, mas sustenta que serão “plasmados de forma transparente no site ‘Amar e Servir Braga’ “para que não haja margem de dúvidas”, até porque o movimento “não vai ficar preso a compromissos exteriores ou terceiros”.

“BRT é um processo demasiado sério para falar em recuos”


Questionado sobre temas como o BRT e a criação de uma nova área metropolitana, Ricardo Silva afirma que o BRT “é um processo demasiado sério e que deveria estar mais avançado para se falar em recuos”, e diz “não compreender” afirmações como a do candidato do PS, António Braga, que disse na sua primeira intervenção pública, que se for eleito, travará a implementação do BRT que o atual executivo tem em curso. “Estrategicamente temos que olhar para o concelho como um todo e perceber qual é hoje o plano de mobilidade que Braga precisa. Provavelmente precisará do BRT, mas precisa também de outro tipo de infraestruturas, como por exemplo a ferrovia. Temos que ampliar o nosso conjunto de respostas assentes, obviamente, numa conjuntura estrutural de que Braga terá de mudar a fisionomia de várias artérias mas, acima de tudo, implementar uma boa política de transporte”, respondeu.

Já sobre a reivindicação da criação de uma Área Metropolitana de Braga, Ricardo Silva considera que “Braga tem responsabilidade de ser cabeça gestora destes processos” estando “bem posicionada para abarcar as responsabilidades de desenvolvimento do baixo minho”.

“Independência não será beliscada”

Ricardo Silva admitiu ainda que existiram “conversações com partidos, não na ótica de firmar compromissos mas de perceber se havia programas comuns”. “Quisemos rubricar a nossa total independência”, disse. Ressalvou ainda que mesmo quando foi candidato pela coligação Juntos por Braga e 2013 e 2017, manteve sempre a sua independência, algo que “nunca será beliscado”, reafirmou.

Ricardo Silva nasceu em Braga há 43 anos, é licenciado em História e Arqueologia pela Universidade do Minho. Desde 2013, lidera a Junta de Freguesia de S. Victor, tendo sido reeleito em 2021 à frente de um Movimento Independente. É líder do grupo independente da freguesia na Assembleia Municipal de Braga e já foi presidente da Associação Jovemcoop.

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Elsa Moura
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Carolina Damas
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