Olhos postos na primeira conquista
Vitória SC e FC Porto disputam esta noite a segunda meia-final da Taça da Liga, no Estádio Municipal de Braga. As equipas vão tentar chegar à final e vencer o troféu pela primeira vez na sua história. Pela frente já sabem que vão defrontar, no Sábado, o SC Braga.
Os vitorianos já chegaram às meias-finais da competição, na época 2008/2009, mas, daí até à última edição, o máximo que atingiram foi a fase de grupos. Do outro lado, os dragões marcaram presença no derradeiro jogo por três vezes (nas temporadas 09/10, 12/13 e 18/19), porém, nunca ergueram o troféu.
Os dois clubes têm agora uma oportunidade única para aumentarem o palmarés e colocarem um ponto de exclamação nesta fase da época. Os vitorianos estão a cumprir uma temporada dentro das expectativas: ocupam o 6º lugar da Liga, a apenas seis pontos do terceiro lugar, e fizeram boa figura na Liga Europa, apesar da eliminação na fase de grupos, mas a falta de regularidade nos resultados tem sido evidente. O desaire na Taça de Portugal, diante do Sinta Football – equipa do 3º escalão -, é, até agora, o ponto mais baixo da temporada vitoriana.
O FC Porto, depois de um arranque titubeante, espelhado pela eliminação precoce na Liga dos Campeões e pela derrota no primeiro jogo do campeonato, diante do Gil Vicente, arrancou para uma série de oito jogos consecutivos a vencer. Esteve igualado no topo da tabela do campeonato com o Benfica mas, nas últimas 12 partidas, perdeu sete pontos e está agora mais longe do título. Na Taça de Portugal e na Liga Europa, os dragões cumpriram e mantêm-se em prova.
O mais recente jogo do FC Porto resultou numa derrota, em casa, diante do SC Braga, num duelo em que Sérgio Conceição viu alguns lenços brancos. O técnico e a equipa estão de orgulho ferido e quererão responder já esta noite com uma vitória contundente diante do Vitória SC.
Falta de criatividade exige mudança
Para responder à derrota de sexta-feira passada, Sérgio Conceição deve operar mudanças no onze titular do FC Porto. Os modelo e sistema de jogo dos dragões vão manter-se mas os protagonistas serão diferentes. Como apanágio desde que o antigo treinador do Nantes chegou ao comando técnico dos azuis-e-brancos, o sistema táctico de 4x4x2 vai a jogo, com laterais projectados, duplo pivot no meio-campo, extremos a bascular da ala para o meio, com os avançados, no ataque, a solicitar bola na profundidade.
O modelo, que pouco variou nos últimos dois anos e meio, é assente na forte reacção à perda, através da eficaz ocupação dos espaços, e num futebol vertical, de colocação rápida da bola na área, onde os avançados – Marega e Soares – são letais a finalizar.
Sérgio Conceição apostou, no último jogo, em Danilo e Uribe no duplo pivot, com Otávio e Corona nas alas. Manafá foi o homem escolhido para a lateral direita. O onze, que preconizou elementos fortes fisicamente mas parcos em criatividade, deve alterar e Luis Díaz pode ser chamado à titularidade, situação que deve levar Corona a baixar para a defesa. Pepe, Nakajima e Zé Luís estão lesionados e não poderão ser opções.
Jogar olhos nos olhos com onze cimentado
O Vitória SC vai apresentar-se no Municipal de Braga com uma identidade de jogo vincada. Ivo Vieira chegou esta época ao Castelo e rapidamente conquistou os adeptos vitorianos. É um técnico que gosta de assumir o jogo, seja qual for o adversário. Para isso, utiliza um sistema de 4x3x3 com muita mobilidade: o médio mais defensivo do triângulo, invariavelmente Pêpê, baixa muitas vezes e, de frente para o jogo, define os ritmos da equipa.
No meio-campo ofensivo, a criatividade e inteligência de Lucas Evangelista aliada à rapidez e à elevada qualidade técnica dos extremos Marcus Edwards (talvez a grande figura da equipa esta temporada) e Davidson oferecem ao Vitória a capacidade de chegar às zonas de finalização com relativa facilidade. Aí chegada, a equipa tem sentido dificuldades: o Vitória cria mas não marca. Na posição de ponta-de-lança, Ivo Vieira já apostou em Bruno Duarte, Léo Bonatini e Alexandre Guedes – este último que entretanto já saiu -, mas os golos teimam em não aparecer. Na última partida, diante do Santa Clara, foi até o jovem João Pedro, da equipa B, quem, saído do banco, decidiu o triunfo a favor do Vitória. Atrás, a equipa denota igualmente alguma dificuldade na transição defensiva.
Exceptuando a posição de avançado, Ivo Vieira, depois de fazer várias alterações, fruto do elevado número de jogos no início da época, parece ter encontrado o onze de eleição. Resta agora cimentar dinâmicas entre jogadores e ser mais feliz na finalização para a equipa partir para uma temporada que pode ser histórica, caso a Taça da Liga vá para os lados de Guimarães.
11’s INICIAIS PROVÁVEIS
Vitória SC: Douglas, Victor Garcia, Tapsoba, Pedro Henrique, Florent; Pêpê, Lucas Evangelista, João Carlos Teixeira; Marcus Edwards, Davidson e Léo Bonatini.
FC Porto: Diogo Costa, Corona, Marcano, Mbemba, Alex Telles; Danilo, Uribe, Otávio e Luís Diaz; Soares e Marega.
Outras opções
Vitória SC: Miguel Silva (GR); Rafa Soares, Frederico Venâncio (defesas), Poha, André André (médios), Rochinha e João Pedro (extremo e avançado, respectivamente).
FC Porto: Marchesín (GR), Manafá, Diogo Leite (defesas), Sérgio Oliveira (médios), Aboubakar e Fábio Silva (avançados).
Vitória SC – FC Porto disputa-se às 19h45 desta quarta-feira, no Estádio Municipal de Braga.
