STAL ameaça com nova greve na Braval. Empresa garante que cumpre acordo

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) ameaça com uma nova greve, em setembro, se a administração da Braval não ceder às reivindicações dos trabalhadores.
Depois de uma greve com adesão de 100% em agosto, Baltazar Gonçalves, dirigente regional de Braga do Sindicato, lamenta que a administração da empresa continue sem querer negociar “aumentos salariais e melhores condições de trabalho”. “Dizemos que a inflação está em 8,7% este ano e nesta empresa não há aumentos em 2021 e em 2022. Isto é impensável”, criticou o sindicalista.
O STAL responsabiliza as autarquias de Braga, Vila Verde, Terras do Bouro, Amares, Vieira do Minho e Póvoa do Lanhoso pela acumulação dos resíduos urbanos indiferenciados que se tem vindo a verificar na região, motivando queixas da população.
Para Baltazar Gonçalves é necessária a contratação de “mais pessoal para que não se note essa dificuldade de ter os ecopontos cheios”. “A população vai-se queixando nas redes sociais incutindo em parte a responsabilidade aos trabalhadores e não é deles a responsabilidade. Também não é por meio da privatização, mas através de investimento publico, porque em Vila Verde – que concessionou esta responsabilidade social à Rede Ambiente (do Grupo Terris) –, o lixo continua igualmente a amontoar-se pelas ruas”, explicou.
Contactado pela RUM, o presidente do conselho de administração, Rui Morais, diz que a Braval está a cumprir o acordo de empresa, que prevê as progressões na carreira, em 2023, “nunca antes”.
“Não percebo o porquê. Este acordo é o mesmo para os trabalhadores da Braval e da Agere e na Braval querem antecipar. Se há um problema na Braval teria que haver na Agere”, referiu.
Rui Morais lembra ainda que as empresas fizeram um esforço financeiro de quase 1 milhão e meio de euros, sendo que foram também integrados nos quadros da empresa todos os trabalhadores que tinham vínculo temporário e que o horário semanal passou de 40 para 35 horas. “Depois de 12 anos com salários congelados, esta administração, que chegou ao poder em 2018, quis desenvolver este acordo de empresa para deixar de haver esse congelamento dos salários. O acordo entra em vigos em janeiro de 2021 e, por proposta da administração, conta com retroativas a junho de 2020”, apontou.
O responsável garante ainda que “a progressão na carreira vai ser feita em função do desempenho dos trabalhadores ao longo destes dois anos, e, em janeiro ou fevereiro de 2023, os que tiverem desempenho positivo progridem”.
A Braval conta com cerca de 160 trabalhadores.
