Start-up de Braga desenvolve tratamento inovador para cancros agressivos

A start-up de Braga Karion Therapeutics, fundada em 2022 por quatro empreendedoras, foi a vencedora do prémio Born from Knowledge – BfK Award, atribuído, esta quarta-feira, pela Agência Nacional de Inovação (ANI), pela descoberta de uma molécula “promissora” para tratar o cancro agressivo. Além da árvore do conhecimento, obra de arte do escultor Leonel Moura impressa em 3D e símbolo da valorização do conhecimento científico e tecnológico nacional, a ANI atribuiu à empresa um prémio monetário de 2.500 euros.

De acordo com Marta Costa, CEO da start-up, a investigação começou na Escola de Ciências da Universidade do Minho, sendo que foi na Escola de Medicina onde começaram a ser testadas as novas moléculas em diferentes cancros. “Começámos estes estudos em células cancerígenas que deram resultados muito interessantes e percebemos que algumas moléculas tinham um efeito mais potente do que outras. Fomos avançando até que conseguimos encontrar a molécula, que é agora o nosso candidato a medicamento, que possui um perfil muito interessante, no sentido em que é eficaz e potente, mas que ao mesmo tempo, nos ensaios que já fizemos, não apresentou qualquer tipo de efeitos adversos”, explica.

Os ensaios pré-clínicos estão a ser realizados em animais e os primeiros estudos demonstram a “eficácia do novo candidato a medicamento que permite uma grande seletividade para células cancerígenas, diminuindo os efeitos adversos, inibindo o crescimento dos tumores”.

Apesar do potencial clínico para 12 tipos de cancro, a Karion Therapeutics selecionou o Carcinoma de Células Renais e o Cancro da Mama Triplo Negativo para iniciar os estudos. Segundo Marta Costa, a escolha teve em conta “as elevadas taxas de mortalidade e os tratamentos existentes não responderem às necessidades dos pacientes”.

Estudos pré-clínicos da molécula denominada KT408 são “promissores”

Os estudos pré-clínicos da molécula denominada KT408, segundo a CEO, são “promissores”. Com a aplicação de uma dose única de 120 nanoMolar, passados quatro dias verificou-se a redução de 22% do Carcinoma de Células Renais e a inibição da proliferação de células cancerígenas. Já os resultados no tratamento do Cancro da Mama Triplo Negativo demonstraram que a aplicação de uma dose única de 100 nanoMolar, reduziu o tumor em 40% e a vascularização sanguínea que alimenta o tumor em 30%, nos mesmos quatro dias.


No caso do tratamento do Cancro da Mama Triplo Negativo, “além da redução do tumor, o tratamento com este medicamento deverá permitir uma melhor qualidade de vida aos pacientes, tendo em conta que a quimioterapia, a terapia mais utilizada, tem imensos efeitos secundários associados”.


Segundo Marta Costa, os ensaios pré-clínicos serão realizados em animais ao longo dos próximos três anos. Posteriormente, o objetivo será “realizar os ensaios clínicos em pacientes e levar a terapia o mais rapidamente possível para a clínica”.

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Catarina Martins
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