Substituto ósseo com materiais bioativos vale prémio a investigadora da UMinho
Um novo substituto ósseo com materiais bioativos valeu um prémio a Helena Pereira, aluna do doutoramento em Líderes para as Indústrias Tecnológicas da Escola de Engenharia da Universidade do Minho e do Programa MIT-Portugal, no VI Concurso Pitch de Investigação do Grupo Compostela de Universidades, na Suíça.
Segundo a investigadora, o osso é o segundo tecido mais transplantado do mundo e estima-se que 1.5 milhões de pessoas por ano sofrem uma fratura devido a doenças ósseas, com custos significativos para os sistemas de saúde.
Helena Pereira dedica-se à criação “de um substituto ósseo, que se vá dissolvendo ao longo do tempo, à medida que o osso se regenera”, “Normalmente, os substitutos ósseos e implantes não o fazem, ficam a vida toda no corpo da pessoa e às vezes há alguns problemas”, explicou.
Helena Pereira está a utilizar fosfatos de cálcio degradáveis, combinando hidroxiapatita e beta-tricálcio de fosfato, para obter um substituto com dissolução controlada, compatível com a taxa de regeneração óssea, e elevadas propriedades mecânicas, equivalentes às do osso.
“Conseguimos propriedades mecânicas muito boas, superiores às que existem no mercado”, revelou.
O problema afeta em especial os seniores e a Organização Mundial de Saúde prevê que no ano 2050 haja dois mil milhões de pessoas com mais de 60 anos.
O prémio tem o valor de 300 euros. O valor, ainda que não seja elevado, “é uma ajuda para ir a Congressos, que são caros, mas importantes para saber o que outros investigadores da área estão a fazer e dar a conhecer o seu trabalho”. “Não estava à espera do prémio, mas é sempre bom, porque na investigação nem sempre percebemos se o nosso trabalho tem algum impacto. Foi motivador para continuar a investigação”, revelou à RUM.
O projeto, que apresenta um novo substituto ósseo com materiais bioativos, está na fase exploratória e com testes in vitro nos laboratórios do Centro de Microssistemas Eletromecânicos da UMinho, em Guimarães.
