Teatro pode ser uma ferramenta de inclusão para quem tem doenças mentais

O teatro pode ser uma ferramenta de inclusão para quem tem doenças mentais. Esta é a premissa que o projeto “Irromper: Arte e Saúde Mental” pretende validar e trabalhar, ao longo do próximo ano, com 13 participantes que sofrem de depressão, transtornos obsessivo-compulsivos, entre outras patologias.
O trabalho coordenado por José Eduardo Silva conta com o financiamento de 40 mil euros do Programa de Apoio em Parceria – Arte e Saúde Mental da Direção-Geral das Artes.
Em entrevista ao UMinho I&D, o coordenador do projeto José Eduardo Silva revela que o teatro dá a possibilidade a estas pessoas de se exprimirem livremente. Além disso, o investigador do Centro de Estudos Humanísticos da UMinho destaca o facto das metodologias teatrais de improviso potenciarem o conhecimento pessoal e abrirem perspetivas de colaboração, participação e afirmação das suas narrativas acabando por desmistificar a ideia preconcebida sobre as pessoas com doenças do foro psicológico.
A história do espetáculo, que deverá ser apresentado ao público a 3 de outubro, está a ser criado pelos 13 participantes em colaboração com dois atores profissionais e a “Vozes de Esperança”. Trata-se de uma mistura entre experiências reais e a ficção. Esta associação, a “Vozes de Esperança”, dá voz a pessoas que vivem de perto com estas patologias, o seu trabalho passa por promover palestras sobre o tema por todo o país, de modo a desmistificar a realidade.
José Eduardo Silva frisa que, está comprovado, que o teatro ajuda no desenvolvimento psicológico, na autonomia e empoderamento pessoal dos participantes.
Neste momento, o projeto “Irromper” vive uma “fase de entusiasmo”, marcado por uma grande adesão dos participantes. O investigador revela que ainda é cedo para falar em “mudanças profundas”. Está comprovado que é necessário um trabalho contínuo a médio/longo prazo, ou seja, quanto mais tempo existir de trabalho, mais profundas serão as mudanças.
O Irromper conta com a colaboração da Apuro-Associação Cultural e Filantrópica, da Associação Encontrar-se fundada pelo coordenador do projeto e pelo Centro Humanístico da UMinho.
Além da peça, o Irromper inclui um vídeo documentário, publicações e um ciclo de conversas com irão juntar peritos e participantes.
