Teatros unem-se para oferecer mais cultura a cidadãos com deficiência visual e auditiva
Apresentar uma oferta regular de espetáculos com audiodescrição e com interpretação em língua gestual portuguesa. É este o principal objetivo da Rede de Teatros com Programação Acessível, apresentada terça-feira no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães.
Além da cooperativa vimaranense Oficina, o Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana de Castelo, o Teatro Municipal da Guarda, o Cine-Teatro Louletano e o Teatro Municipal Baltazar Dias, do Funchal, integram o projeto. A diretora executiva da Acesso Cultura, coordenadora da rede, explica que os propósitos que motivam esta união são “o melhor aproveitamento dos recursos existentes” e “a expansão da oferta de programação cultural acessível”, que diz estar “muito concentrada em Lisboa e, em parte, no Porto”.
A intenção da Rede de Teatros com Programação Acessível, que conta com o apoio do BPI e da Fundação La Caixa, “não é interferir com a agenda dos espaços”. Ainda assim, Maria Vlacou salienta que pode ser “um fator facilitador”. “Aquilo que se verifica, quando se trabalha em rede, é que determinado espetáculo passa por mais do que um teatro e aí juntam-se esforços e partilham-se os recursos”, antecipa.
A Oficina é uma das cinco estruturas aderentes. Ressaltando que a cooperativa de Guimarães tem a acessibilidade e a inclusão como “premissas” do seu trabalho, a diretora artística refere que este projeto vem dar “mais chão e mais consistência”.
Além das estruturas culturais, Fátima Alçada defende que a vertente inclusiva também deve ser “uma preocupação dos próprios artistas”. “Lembro-me de um espetáculo na temporada passada, quando ainda estávamos a ter as primeiras conversas sobre esta rede, em que os criadores já tinham incorporada a língua gestual dentro do próprio espetáculo”, exemplifica, adiantando que ‘Orlando’, que estreia em dezembro, conta com a presença de audiodescritores na construção do guião e da peça.
