“Tenho 99,9% de certeza que não há ninguém na Feira dos Passarinhos que faça a feira do mercado”

O representante dos feirantes de vestuário e calçado de Braga refuta as acusações de Ricardo Rio e pede provas ao presidente da câmara sobre a alegada irregularidade cometida por vendedores do mercado municipal na Feira dos Passarinhos.

Na reunião de executivo desta segunda-feira, o autarca referiu que alguns operadores que protestam a mudança de localização da feira de vestuário e calçado para a Alameda do Estádio Municipal participaram ontem ilegalmente no certame destinado exclusivamente à comercialização de animais e de produtos associados.

Em declarações à RUM, Hélder Oliveira diz ter “99,9% de certeza de que não há ninguém na Feira dos Passarinhos que faça a feira do mercado”. “Gostava que ele [Ricardo Rio] conseguisse identificar os feirantes e que confirmasse que realmente são os mesmos”, afirma, acrescentando que o autarca devia “verificar” essa questão antes de fazer alegações. 

Ricardo Rio disse também que era “totalmente falso que a Câmara Municipal tenha aceitado manter a localização” da feira do mercado. No entanto, Hélder Oliveira reitera que na reunião que teve com Olga Pereira, vereadora responsável pelo pelouro da Gestão e Conservação de Equipamentos Municipais, depois de ter apresentado “todas as condições propostas pelos feirantes, a câmara estava disponível para deixar trabalhar” esses vendedores no mesmo espaço “desde que a Direção-Geral da Saúde [DGS] autorizasse”.

“Passadas 24 horas, a vereadora Olga ligou a dizer que a DGS não autoriza – como é que a DGS analisa em 24 horas um processo? – porque temos de ter um espaçamento de 2 metros entre bancas. Como é que a Feira Semanal trabalha? Como é que o Mercado Municipal trabalha? Em nenhuma feira deste país existem dois metros de distância entre bancas. Isso é impensável”, acrescenta o representante.

“O presidente quer deslocar-nos para a alameda do estádio para nunca mais voltamos para o centro da cidade”

Hélder Oliveira volta a explicar que existem condições para a realização da feira na rua que se encontra nas traseiras do Lar Conde de Agrolongo, referindo que, “se estiver no meio da banca e um se colega estiver no meio da sua banca, há um distanciamento de 3 metros entre os dois”.

De acordo com o presidente da Câmara Municipal, as bancas da feira do mercado municipal estão “concentradas numa única artéria, com vários corredores”. Na resposta, o representante dos vendedores de vestuário e calçado reconheceu que “só há uma rua”, mas desmentiu a existência de vários corredores. “Só há um corredor. Esse corredor tem quatro metros de distância entre a frente de cada banca. As contas são fáceis de fazer”, atira.


Para Hélder Oliveira, que representa 109 trabalhadores, o presidente da Câmara Municipal está a “utilizar o pretexto da pandemia para retirar os feirantes do centro da cidade. “Ficava melhor ao presidente que chegasse à nossa beira e dissesse ‘Eu não vos quero no centro da cidade’ “, refere, dando posteriormente o exemplo do que aconteceu com os operadores da Feira Semanal de Braga.

O porta-voz lembra que, quando as obras do Forum Braga começaram, “os feirantes foram deslocalizados para uma estrada nacional com a promessa de que voltariam para o recinto do Forum”. “Passaram 3/4 anos e nunca voltaram para lá. Ele quer fazer o mesmo aqui. Quer deslocar-nos para a alameda do estádio para nunca mais voltamos para o centro da cidade. O presidente tem essa embirração com os feirantes. São políticas elitistas. Como não fazem parte da elite, os feirantes não podem trabalhar”, acusa Hélder Oliveira.

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Tiago Barquinha
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Abel Duarte
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