Tese de doutoramento dá origem a livro: “História do Riso”
Abílio Almeida, investigador do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho, analisou, na tese doutoral, o riso televisivo, e, parte da investigação, deu agora origem ao livro “A história do riso”. A obra, com prefácio dos professores Helena Sousa e Manuel Pinto, é lançada esta terça-feira, pela editora Guerra e Paz. A revisão de literatura da tese inclui a temática do riso, havendo uma outra parte da tese dedicada à televisão e que, agora, dará origem a um outro livro: “História da Televisão”.
À RUM, o autor revela que procurou “entender o conceito do riso”. “A história do riso é, infelizmente, a do não riso feminino. Uma das coisas que me perturbou mais ao analisar a história do riso foram as histórias
dramáticas de mulheres que se dizia que morriam a rir e que influenciaram o não riso do sexo feminino. Acredito que inibiram muita gente de rir”, detalhou. “A democratização do riso no cinema, na televisão, nos media e na Internet transformou o riso numa arma, envolvendo diferentes papéis na sociedade e aspetos psicológicos e emocionais. Terá hoje o riso caído na banalização e será algo mecanizado e produto de determinados géneros mediáticos?”, questiona Abílio Almeida, barcelense de 31 anos.
Abílio Almeida explica que, nos dias de hoje, “associamos o riso à felicidade”. “Durante muito tempo, o riso não era associado à felicidade, era a melancolia. Foi já muito recentemente na história da humanidade que se passou a associar o riso à felicidade”, adiantou.
O riso, diz Abílio Almeida, “é uma boa solução para muitas coisas, mas não para tudo”. “Pode ser um instrumento maléfico quando fazemos piadas com dinâmicas racistas e que excluem. Nesse caso, o riso não é o melhor remédio. De uma forma mais ligeira, acredito que o riso alivia muita coisa e faz bem à suade”, finalizou.
Abílio Almeida dedicou parte da investigação doutoral ao conceito do riso desde a Antiguidade até os dias de hoje. A obra, editada pela Guerra e Paz, chega hoje às bancas.
O livro de 200 páginas percorre em especial as emoções que o riso provocou ao longo da História, desde o século I.
