Theatro Circo acolhe coprodução internacional da obra ‘A Tempestade’ de Shakespeare

A Companhia de Teatro de Braga (CTB) estreia no Theatro Circo, esta sexta-feira, a peça ‘A Tempestade’, de Shakespeare. A peça que repete no sábado e no domingo, conta com a obra do compositor Jean Sibelius, produzida para o texto do poeta e dramaturgo inglês.
Trata-se de uma coprodução internacional entre o Teatro do Bairro de Lisboa, a Companhia de Teatro de Braga, o Teatro Nacional de Opereta de Kiev da Ucrânia e o Theatro Circo. Com atores, cantores, coro e orquestra – Kyiv National Operetta’s Theatre, Orquestra do Norte e Coro Participativo do local, cria-se um objeto artístico que pretende “evidenciar, em 2023, as pulsões, emoções e relações da natureza humana e, sobretudo, o que resulta das dialéticas entre o indivíduo e os mecanismos políticos do poder”.
Para o diretor e encenador António Pires trata-se de um espetáculo de “grande dimensão” com “várias disciplinas das artes”. António Pires destaca também o trabalho realizado para que o texto clássico fosse percetível por todos os expectadores. A intenção foi criar um espetáculo que “qualquer pessoa conseguisse perceber exatamente o que se está a dizer e o que se está a passar”.
“É uma oportunidade quase única, nos tempos que correm, de ver uma obra clássica com os atores a integrarem-se daquela maneira, a falarem diretamente com o público e a divertir o público”, considera, salientando a também a qualidade da música e da tradução.
Por sua vez, o diretor da Companhia de Teatro de Braga, Rui Madeira, fala de um “momento único para Braga”, tendo em conta a “dimensão” deste espetáculo e que, na sua opinião, “já não se fazem em Portugal”. Rui Madeira salienta ainda o “esforço financeiro” que estes projetos pressupõem. “Os modelos de financiamento são tão apertados que, se não formos criativos na forma de encontrar razões e financiamentos para fazer espetáculos para lá do mainstream, ficamos todos a perder”, aponta.
No palco estará um coro composto por 33 pessoas, dos 15 aos 70 anos de idade de Braga e cidades vizinhas, cuja maioria nunca participou neste tipo de trabalhos como salienta a maestrina Janete Ruiz. “Eu diria que 80% nunca fez este tipo de trabalho, ou seja, são pessoas que estão habituadas a cantar vários géneros de música, mas paradas, com a sua partitura na mão, portanto, qualquer coisa que lhes tire daquela postura mais convencional é um risco muito grande e vários arriscaram e estão a arriscar”, frisa.
‘A Tempestade’ sobe ao palco do Theatro Circo, esta sexta-feira e sábado, às 21h30, e no domingo, às 15h30.
*Com Elsa Moura
