Trabalhadores da APPACDM de Braga em greve esta sexta-feira

Pagamento do subsídio de férias em atraso, subsídio de natal em dúvida e falta de resposta por parte da presidência. São estas as principais razões apontadas para a greve dos trabalhadores da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Braga, convocada para esta sexta-feira pela Cesminho – Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços do Minho.
Aos microfones da RUM, Sónia Ribeiro, sindicato da Cesminho, explica que os trabalhadores têm o subsídio de férias por pagar. “Há uma questão que também se prende com os trabalhadores que recebiam em duodécimos, que deixaram de receber para que fosse possível equilibrar, por assim dizer, portanto em termos de proporcionalidade relativamente aos trabalhadores que não estavam a receber em duodécimos, portanto uns deixaram de receber e os outros continuaram sem receber”, alerta.
Há cerca de quatro meses que são pedidas reuniões com a direção, mas até aqui, sem sucesso. “A instituição já veio dizer que possivelmente não haverá dinheiro para pagar os subsídios de Natal. Há também a questão dos retroativos da Convenção Coletiva que não estão a ser pagos a todos os trabalhadores, não foram atualizados a todos os trabalhadores. Nós temos tentado já há seguramente de quatro meses para cá vir, portanto, a tentar chegar à fala através de pedidos de reunião com a direção da PPS-EDM que não obtivemos pura e simplesmente resposta”, denuncia também.
Mas a dirigente sindical vai ainda mais longe, revelando “situações de trabalhadores com problemas de saúde” em que a lei prevê que lhe possa ser disponibilizado o pagamento do subsídio de alimentação em alternativa ao fornecimento da refeição. “Também não há resposta para esses trabalhadores. Esta direção fez diminuição dos valores do salário de alguns trabalhadores sem conversar, de forma completamente arbitrária”, sublinha. “Não repõem, não querem saber e os trabalhadores chegaram a um ponto em que consideraram que não havia outra alternativa senão manifestarem-se e vão fazê-lo, de facto”, numa greve esta sexta-feira.
“Houve uma reunião marcada para o dia 6 de novembro, com a mediação, através da mediação da DGERT, e, portanto, a direcção da PPS-CDM faltou à reunião e avisou apenas meia hora antes da reunião ocorrer. Há aqui um conjunto de contornos que desagradam aos trabalhadores e que eles não estão disponíveis para, pelo menos, tolerar esta indiferença por parte da direcção por mais tempo”, especifica ainda.
De acordo com a dirigente sindical, neste momento estará confirmado que alguns complexos vão encerrar, que não vão receber os utentes. “Os trabalhadores consideram que aquilo que se impõe neste momento é demonstrar à instituição e uma vez que a sede é em Gualtar e o presidente da instituição, portanto, está em Gualtar, que se deviam reunir lá para demonstrar o seu descontentamento, o tratamento desigual que tem vindo a ser feito a trabalhadores sindicalizados no nosso sindicato e num outro sindicato e os trabalhadores consideram que de facto têm que demonstrar que estão descontentes e vão fazer uma concentração”, revela.
A RUM tentou várias vezes contactar a direção ao longo da tarde, mas até ao momento sem sucesso.
Recorde-se que a APPACDM de Braga possui três lares residenciais e seis Centros de Atividades para a Capacitação e Inclusão, metade deles em Braga e os outros nos concelhos de Vila Verde, Esposende e Famalicão.
Em atualização
