Transmissibilidade da Covid-19 baixou

Na reunião que se realiza no Infarmed, esta terça-feira, Baltazar Nunes, especialista do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, deu nota que a transmissibilidade da Covid-19 desceu desde o último balanço.


No início deste mês, o Rt havia subido acima de 1, mas, desde então, veio a descer (atualmente, para 0,99) e reflete uma incidência constante, de tendência estável.

Apenas a região de Lisboa e Vale do Tejo tinha, na altura, Rt abaixo de 1, mas agora a situação é melhor: apenas a região Norte tem Rt acima de 1. A linha vermelha nesta região pode ser atingida em 2 semanas, se o ritmo se mantiver – mas o especialista ressalva que há espaço para tomar medias para baixar o Rt.

O aumento de incidência está concentrado na população que tem entre 10 e 20 anos. As restantes faixas etárias apresentam decréscimo ligeiro. Observa-se um resultado positivo de como o vírus se transmitiu nas escolas.

Segundo Baltazar Nunes, na Europa, Portugal apresenta uma posição, em termos de incidência, semelhante à da Finlândia e perto do Reino Unido.

O país apresenta, no entanto, dos maiores níveis de mobilidade da população, entre os países da União Europeia, na sequência do levantamento das medidas de contenção.

Impacto positivo da vacinação. “Linha vermelha” de 120 casos por 100 mil habitantes não está no horizonte


O especialista Baltazar Nunes aponta que, a partir do momento em que 60% da população com mais de 80 anos tomou a primeira dose da vacina contra a Covid-19, a incidência neste grupo etário começou a decrescer.

Os epidemiologistas constatam, por isso, o impacto significativo do plano de vacinação, particulamente nesta faixa etária.

Segundo simulações feitas pelos especialistas do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, se atingrimos uma cobertura de vacinação de 80% com duas doses até ao final de julho na população com mais de 60 anos, teremos um peso da infeção e de ocupação das unidades de cuidados intensivos bastante menor, pelo que é importante que não se desacelere o ritmo de vacinação.

Baltazar Nunes afirma que a “linha vermelha” dos 120 casos por 100 mil habitantes não se encontra no horizonte, dada a tendência estável da transmissibilidade do vírus.

No entanto, é importante manter o controlo da epidemia até que haja mais população vacinada, por isso é preciso continuar a apostar na testagem, na redução de contactos não-familiares e nas medidas preventivas, ressalva o especialista.

Variante com origem no Reino Unido continua a crescer em Portugal


“A previsão para o mês abril é de que tenhamos cerca de 1800 vírus sequenciados, representando amostras de 18 distritos e mais de 170 concelhos”, adiantou, esta terça-feira, no Infarmed, João Paulo Gomes, do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Destes, na última semana, “foram sequenciados 550 vírus”.

“Portugal tem ainda uma tendência crescente da prevalência da variante com origem no Reino Unido: 89%”, avança João Paulo Gomes, do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.

Quanto à variante com origem no Brasil, “há 73 casos de Covid-19 em Portugal associados a esta variante, sendo que 44 foram identificados nos últimos 15 dias”.

Já no que diz respeito à variante com origem em África do Sul, “há 64 casos em Portugal”.

Há ainda seis casos da variante com origem na Índia identificados na última semana, adianta João Paulo Gomes.

O especialista diz ser normal que caminhemos para termos uma imunidade de grupo, com maior número de infetados e maior taxa de vacinação. Neste momento, o vírus está a lidar com uma população cada vez mais imune e é expectável que apenas os vírus que sejam capazes de ludibriar o nosso sistema imunitário vinguem.

Nada do que está a aparecer agora é novo. Eventualmente o que é novo é o tipo de mutações, esclarece ainda. O cenário com que nos temos deparado nos últimos meses é o mesmo com que nos vamos deparar nos próximos meses. As mutações estão relacionadas com a capacidade do vírus de lidar com a imunidade que vamos criando.

As vacinas estão a portar-se “muitíssimo bem” em relação às variantes do Reino Unido, do Brasil e da África do Sul, pelo menos nas consequências mais gravosas.

Situação epidemiológica em Portugal no que toca às variantes faladas não impede a continuação do plano de desconfinamento, conclui o especialista.

População mais velha, com mais rendimentos e maior escolaridade é a mais recetiva à vacina


De acordo com os últimos resultados, são as pessoas com idade mais avançada as que mais querem ser vacinadas. Em sentido inverso, a população dos 40 aos 49 anos é a que menos deseja a vacinação.

São também as pessoas com mais rendimentos e maior escolaridade as que mais pretendem ser vacinadas.

Henrique de Barros, especialista do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, começou por apresentar as conclusões mais recentes dos “Diários da Pandemia”, questionário que conta com a participação de milhares de pessoas que respondem a questões sobre a sua vivência da pandemia.

c/TSF e RR

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