Travessas de caminhos de ferro compostas por plástico? Já é possível

Travessas de caminhos de ferro com plásticos mistos na sua composição podem ser o futuro. O “Eco Sustainable Rail”, projeto liderado pela empresa EXTRUPLÁS em parceria com o PIEP – Polo de Inovação em Engenharia de Polímeros da Universidade do Minho, o Centro para a Valorização de Resíduos e a Infraestruturas de Portugal, são os responsáveis em Portugal por esta nova tecnologia e produto de valor acrescentado.

Os plásticos mistos são encontrados, por exemplo, em embalagens de manteiga ou copos de iogurtes sólidos. Trata-se de um material que não é passível de reciclagem, logo acaba nos aterros.

Atualmente, já foram instaladas para teste mais de 100 travessas de caminhos de ferro próximo da Estação do Crato, na linha de Portalegre.


Que novo material é este que tem a ambição de substituir a madeira na ferrovia portuguesa?


Bruno Pereira da Silva, diretor da área de economia circular e ambiente do PIEP e diretor do projeto, foi o convidado desta quinta-feira do UMinho I&D. Aos microfones do programa da Universitária, o responsável avança que estas novas travessas resultam da combinação de “plásticos mistos com fibra de vidro para dar resistência mecânica”. Para não comprometer a dissipação electroestática dos carris em funcionamento foi ainda utilizada grafiti.

De acordo com os testes realizados, este novo material terá, em média, um tempo de vida útil de cerca de 30 anos.

Nos testes realizados para avaliação ambiental, foi comprovado que este material em comparação com a madeira tem “benefícios elevadíssimos”, visto que não liberta praticamente nenhum componente para os solos. 

A utilização de plásticos mistos tem a particularidade de no final da sua vida útil poder ser transformado, ou seja, terá uma nova vida. “O modelo atual de extrair, transformar e descartar é insustentável”, afirma. A alternativa passa por utilizar os materiais para produção de novos produtos e, no final da sua vida, reutilizar os mesmos numa lógica de economia circular.

Recorde-se que o Eco Sustainable Rail responde à necessidade de se encontrar uma alternativa à travessa de madeira, devido à proibição da utilização de biocidas (creosoto), conforme determinado em Diretiva da Comissão Europeia. Estas travessas, de madeira, são utilizadas a título de exemplo em pontes onde não pode ser utilizado cimento ou betão.

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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