Tudo o que precisa saber sobre a Covid 19

Com mais de 126 mil pessoas infectadas e 4 mil mortes registadas em praticamente todos os continentes com o novo coronavírus é essencial saber filtrar informação verdadeira das fake news. 

Esta quinta-feira, a Universitária conversou com o investigador do Instituto de Ciências da Vida e da Saúde (ICVS) da Universidade do Minho (UMinho) e especialista em virologia, Hugo Sousa, que aos microfones do programa UM I&D desmistificou muitas das questões em volta da pandemia de Covid 19.

O que é o novo coronavírus?

Este é um vírus conhecido desde a década de 70. De acordo com o especialista da Universidade do Minho, os coronavírus são responsáveis, principalmente, por infecções respiratórias que se devem ao cruzamento entre humanos e outras espécies animais. 

O primeiro episódio de transmissão deu-se em 2002 com o SARS (síndrome de infecção respiratória aguda no sudeste asiático) e o segundo em 2012, com o MERS (síndrome de infecção respiratória aguda do médio oriente). No caso do SARS, este é transmitido por morcegos e o MERS por camelos.

O novo coronavírus parece ser geneticamente semelhante ao original Sars, daí ser denominado de “SARS Cov 2”.

Quais os grupos de risco?

Hugo Sousa realça que “todas as pessoas que tenham alguma condição médica, que tenham de tomar medicação de forma crónica ou que não tenham um estilo de vida totalmente saudável têm um risco de infecção aumentada”. Isto para além de cidadãos com problemas cardiovasculares, diabetes, doenças respiratórias crónicas, hipertensão e cancro. Outro dos factores de risco é a idade, uma vez que pessoas com mais de 60 anos têm demonstrado, até agora, maior risco de morte.

Contudo, pessoas saudáveis e mais jovens devem evitar grandes aglomerados de pessoas ou eventos e locais onde o risco de transmissão possa ser mais elevado.

A Covid 19 é dos vírus mais contagiosos?


A resposta é “SIM”. “É um dos vírus responsáveis por infecções respiratórias mais preocupantes. Contudo não é dos mais letais”, declara o especialista. Hugo Sousa alerta para o facto “de não ser uma gripe convencional” isto porque a taxa de disseminação para a população é muito mais rápida.

Um doente curado pode voltar a contrair o novo coronavírus?


O investigador da Escola de Medicina garante que o facto de Portugal ainda estar a ultrapassar uma fase activa e de transmissão significa que “o risco de uma pessoa ser reinfectada existe”. O mais aconselhável é que esses cidadãos reduzam o contacto com a comunidade.

Hugo Sousa frisa que os especialistas desconhecem se o comportamento do vírus é intensificado, ou seja, fica mais agressivo numa segunda infecção. “Não temos dados suficientes”, adianta.

Quais os sintomas e o que fazer?


A Organização Mundial de Saúde (OMS) avança que os sinais mais comuns de Covid 19 passam por febre alta, dificuldades respiratórias, cansaço e tosse seca. No entanto alguns doentes têm garganta inflamada, diarreia e dores musculares.

Recorde-se que é fundamental não entrar em alarmismos uma vez que nesta altura do ano existem outros vírus em circulação na comunidade, como o vírus da gripe e rinovírus. “É provável que muitas pessoas desenvolvam estes sintomas e logo podem ser confundidos. Prevenção é a palavra de ordem. As pessoas devem ficar em casa. É essencial estarem atentos, vigiar os sintomas e na persistência dos mesmos, contactar a linha SNS 24”, aconselha.

De acordo com o investigador, são necessários entre 5 a 14 dias para começar a sentir sintomas. Outros dados que chegam da China revelam que é “estimado” que o vírus permaneça no país durante aproximadamente 2 a 3 meses.

O bom tempo pode ajudar na luta contra o novo coronavírus?


Não é certo. “Estes vírus não gostam de tempos secos e a sua resistência no ar e superfícies é menor. No entanto, com a alta taxa de disseminação essa questão do bom tempo é relativa”, explica.

Animais domésticos podem ser afectados?

Mais uma vez os cientistas não têm garantias devido à falta de estudos. Todavia, a probabilidade de cruzamento intra-espécies que não com os morcegos ou eventualmente outro animal selvagem “é muito baixa”.

Portugal está preparado para dar resposta a esta pandemia?


“Julgo que os profissionais de saúde estão dispostos a lutar para isto. As estruturas estão a preparar-se, mas o sucesso desta batalha vai depender muito da população. 

Se as pessoas ficarem em casa o risco de disseminação é menor e os serviços nacionais de saúde vão conseguir trabalhar e lutar de forma eficaz contra isto. 

Se por outro lado, as pessoas desvalorizarem este surto e começarmos a registar um número muito elevado de infectados, rapidamente o sistema pode entrar em risco”, alerta Hugo Sousa. 

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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