ULS de Braga regista cerca de 50 novos casos de cancro de próstata por mês

Cerca de 50 novos casos de cancro de próstata são diagnosticados todos os meses na Unidade Local de Saúde de Braga. A informação foi avançada pelo médico Urologista da ULS, Emanuel Dias, à RUM.

O mês de novembro é dedicado à consciencialização para a saúde do homem. O cancro da próstata é o tumor mais frequente entre os homens e a terceira causa de morte oncológica em Portugal. Estima-se que no país, em 2022, tenham surgido mais de 7500 novos casos de cancro da próstata.

Segundo Emanuel Dias, a soma do exame de toque retal e a análise do sangue, “de uma proteína que a própria próstata produz, que se chama PSA”, é capaz de determinar o risco de uma pessoa poder ter um cancro da próstata ou não. Segundo o médico urologista, o avançar da idade é o “principal fator de risco para aparecerem problemas relacionados com a próstata”.

Porém, nem todas as alterações são malignas, ressalva. A prostatite, por exemplo, é uma infeção da próstata com origem bacteriana ou não-bacteriana, enquanto o aumento não canceroso da próstata, conhecido como hiperplasia benigna, em “que a próstata de todos os homens, sem exceção, com a idade, cresce”, também não é considerada uma preocupação para a saúde. Já o cancro é uma doença de crescimento desregulado desta glândula. “As células perdem a sua normal forma de se controlarem no crescimento, e sem quaisquer mecanismos que segurem nelas dentro da próstata, elas podem sair do órgão e ir para outros locais”, refere.

Pandemia resultou em doenças descobertas em estágios mais adiantados

Emanuel Dias alerta que a limitação imposta pela pandemia de acesso aos serviços médicos tem resultado em doenças com “cada vez mais gravidade”, com “uma percentagem grande de tumores já estarem fora da próstata”. A incidência de cerca de 50 casos novos identificados pela unidade hospitalar de Braga está “em linha” com o registado em Portugal e nos países ocidentais. A ULS de Braga é a unidade de referência para esta comorbilidade para os concelhos Amares, Braga, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Terras de Bouro e Vila Verde.

 

O especialista acredita que, apesar de ser um tema recorrente, a população não tem “ideia sequer do que é a próstata”. Esta glândula, explica, é fundamental para a reprodução e é comum a todos os mamíferos, por produzir “uma série de substâncias fundamentais para o normal funcionamento dos espermatozoides”. Entretanto, Emanuel Dias adianta que o homem sem próstata “vive perfeitamente normal, sem qualquer limitação”.

Já o médico oncologista da ULS Braga, Ricardo Fernandes, sublinha que, quando descoberto no início, a “percentagem de cura é elevada”. Num cenário, aponta, de um tumor “relativamente menos agressivo, localizado, que não tenha gânglios envolvidos”, requer uma cirurgia. Já para outros casos, há “outros dois grandes tratamentos curativos”. Casa o doente já possua “alguma comorbilidade ou algum antecedente” pode ser recomendado a radioterapia, além do procedimento cirúrgico.

Outra opção, refere o responsável, pode requerer associar “algum tipo de tratamento com a hormonoterapia, que nada mais é do que uma supressão hormonal”, em que o doente recebe uma injeção administrada. Em muitos casos é realizada, nos primeiros meses, hormonoterapia “para baixar os níveis da testosterona, fazendo, de alguma forma, a doença regressar ao seu estágio mais inicial e depois aumentar o sucesso da radioterapia”.

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Redação
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