“Um partido não é um quartel e a antiguidade não é posto”, diz Granja

O presidente da concelhia do PSD de Braga assume que será um grande desafio encontrar novas equipas nas juntas de freguesia para as autárquicas de 2021 e sublinha a importância de chamar à responsabilidade os jovens.

Na noite de ontem, em entrevista ao Campus Verbal, na RUM, João Granja que está confiante numa reeleição de Ricardo Rio, sublinhou a importância do trabalho que é preciso levar a cabo em muitas freguesias de Braga, onde alguns autarcas estão de saída por acumulação de mandatos ou porque não pretendem continuar.

“Há autarcas que chegam ao limite dos seus mandatos. Vamos ter processos de sucessão, outros casos onde os autarcas querem sair voluntariamente, o que também tem de ser apoiado e há casos onde não somos poder e temos que encontrar melhores soluções”, começou por explicar.

O social democrata reconhece o trabalho “difícil e delicado” de encontrar no terreno as pessoas certas. Uma missão mais “complexa” com a pandemia.

Além disso, “cada vez mais, os trabalhos das juntas de freguesia são exigentes, são mais escrutinados, mais diversificados e especializados”, o que pode tornar mais difícil a motivação das pessoas para assumirem responsabilidades políticas como esta.

“Mesmo nos casos em que a sucessão não é ainda feita este ano, o grosso da coluna vai ocorrer no terceiro mandato de Ricardo Rio, o que significa que as listas têm que ser particularmente bem elaboradas para posicionar, ou os sucessores naturais, ou as pessoas mais bem posicionadas para darem continuidade a um trabalho que já se vem desenvolvendo. É um trabalho que vamos ter de cumprir em muitas freguesias. Convém preparar o caminho para que não haja sobressaltos”, comenta.


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Ainda sobre a renovação das listas candidatas às juntas de freguesia, João Granja assinala a importância de desafiar os jovens que, admite, “quando são mobilizados e motivados para participar na vida da sua comunidade respondem presente”. Nesta matéria, Granja considera “vital que o PSD e a coligação vá buscar jovens a associações desportivas, associações culturais e associações de ambiente para lugares de decisão”.

Assumindo que as dificuldades de género “existem e são reais”, o presidente eleito para a concelhia do PSD avança que “há uma aposta séria e forte” nesta matéria. “Tenho senhoras que querem participar nas listas que têm limitações profissionais e familiares, mas a participação é importante e cria uma característica especial nas lógicas de governação autárquica. É uma questão fácil de denunciar, mas muito difícil de construir, mas é um caminho que se faz caminhando se colocarmos esta nota na lista de prioridades”, argumenta.

Sobre candidatos e autarcas independentes, João Granja lembra que “muitas vezes fazem mais pela comunidade e pelo partido do que os próprios militantes”. Diz que “um partido não é um quartel e a antiguidade não é posto”. “Isto obriga a um equilíbrio e a muita sensibilidade para fazer a integração desta realidade que desejamos construir com aquilo que são os direitos dos militantes que acham que estando lá e tendo já servido a causa têm que ser eles a ser premiados com a liderança dos processos. Por vezes é assim, mas muitas vezes não é”, completa.

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Elsa Moura
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Sara Pereira
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