UMinho desenvolve teste rápido para a malária sem recurso a sangue

É algo pioneiro e está a ser desenvolvido na Universidade do Minho. O “MalariaChip”, projeto do CMEMS – Unidade de Investigação em Microssistemas Eletromecânicos da UMinho, realizado em parceria com o ICVS – Instituto de Ciências da Vida e da Saúde da Universidade do Minho e com colaboração de investigadores do MEtRICS – Centro de Engenharia Mecânica e Sustentabilidade de Recursos, está a trabalhar num teste diagnóstico para a malária que, ao contrário dos utilizados nos dias de hoje, não necessita de amostras de sangue. Além disso, a equipa, liderado por Susana Catarino, está também a desenvolver o dispositivo móvel que irá realizar o diagnóstico da patologia.

Recorde-se que esta patologia foi responsável, em 2019, por cerca de 400 mil mortes em África, tendo a maioria dos óbitos ocorrido em crianças. A solução made in UMinho promete ser, além de mais eficaz, mais segura, uma vez que não será necessária a manuseação de seringas ou algodão com material biológico.

“E se pudéssemos medir diretamente a reflexão da luz que incide na pele e a partir dai detetar a diferença entre o sangue normal e o sangue com parasitas”, lança Susana Catarino. Segundo refere em entrevista ao UMinho I&D, a intenção do grupo passa por “incidir uma fonte de luz, LED´s, na pele. Essa luz vai refletir nos tecidos e de acordo com a constituição dos tecidos vai gerar espectros diferentes que são a resposta das várias componentes da luz nas várias cores e a partir dai conseguimos detetar se os tecidos estão saudáveis ou não”.

De acordo com os testes feitos em laboratório, a caraterização ótica consegue detetar até 12 parasitas por microlitro de glóbulos vermelhos. Um valor superior ao conseguido pelos testes que estão no mercado.

 

Atualmente, o MalariaChip está a tentar entender se a cor da pele interfere no processo de diagnóstico. Este trabalho está a ser feito nos laboratórios da UMinho com recurso a “tecidos fictícios” que emitam a pele humana.

A equipa conseguiu, em 2020, uma patente provisória do trabalho. Neste momento, estão a tratar da conversão para definitiva e internacional. Outra das metas da equipa passa por conseguir uma patente para o dispositivo de diagnóstico. “Estamos a desenvolver sistemas de deteção muito pequenos, cabem num quadrado de 1.5 por 1.5 milímetros. Depois temos de integrar num só dispositivo essa eletrónica de deteção e iluminação para conseguirmos ter algo portátil, de baixo custo e de baixo consumo”, visto que m dos objetivos é que uma pilha consiga alimentar o dispositivo e o mesmo possa ser encostado à pele humana.

A equipa liderada por Susana Catarino está a trabalhar num segundo protótipo de dispositivo de diagnostico que pretendem testar em países africanos. 

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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