UMinho em Viana? Candidatos dividem-se sobre criação de pólo

A possibilidade de instalação de um pólo da Universidade do Minho em Viana do Castelo foi um dos temas em destaque no debate autárquico promovido pela Ordem dos Engenheiros, com seis dos sete cabeças de lista às eleições de 12 de outubro.
O atual presidente da Câmara, Luís Nobre (PS), considerou que mais importante do que criar novos polos é “densificar as plataformas de conhecimento já existentes”. O autarca lembrou projetos como o SUSTEMARE ou o Viana Starts, em que “universidades, institutos e centros de investigação trabalham em conjunto”. Para o candidato socialista, o país “tem de priorizar recursos e apostar em agregação de conhecimento”.
Paulo Morais, candidato da coligação PSD/CDS, foi mais direto e afirmou que a UMinho “tem de investir em Viana do Castelo, porque enquanto não o fizer, é apenas a Universidade do Baixo Minho”. Sublinhou ainda que esse investimento deve ser feito em cooperação com o Instituto Politécnico de Viana do Castelo ou outras entidades.
Também Duarte Brito Nunes, da Iniciativa Liberal (IL), defendeu a relevância da proposta, sublinhando que “um estabelecimento de ensino superior é sempre um polo de atração e fixação de populações jovens, e portanto é sempre bem-vindo”. O candidato acrescentou que a cidade deve estudar todas as hipóteses, seja com a Universidade do Minho, seja com o reforço do próprio IPVC.
Carlos da Torre, do Bloco de Esquerda (BE), considerou a ideia “uma sugestão interessante, que vale a pena ser equacionada”, defendendo que alargar a base académica e científica da cidade traria vantagens na articulação com o mundo universitário.
Já Eduardo Teixeira, do Chega, recordou o processo legislativo em curso para transformar institutos politécnicos em universidades, defendendo que “Viana do Castelo merece ter esse estatuto universitário”. Ainda assim, sublinhou que a UMinho “também não se deve pôr de lado e deve investir, nomeadamente na investigação e em áreas como a medicina”.
Por sua vez, Luís Arezes, do ADN, foi mais crítico e apontou falta de ambição à cidade. Para o candidato, “este polo já deveria estar implementado desde os anos 80 ou 90”, acusando as lideranças locais de falta de visão estratégica. “Integrar académicos significa atrair coisas boas para os vianenses. O problema é que ninguém reconhece Viana como um centro de conhecimento”, disse.
A proposta colocada em cima da mesa (aproveitar os antigos estaleiros navais e criar um polo da UMinho com licenciaturas e mestrados em engenharia naval, oceânica e mecânica) acabou por não recolher consenso, mas reforçou a ideia de que Viana do Castelo precisa de um reforço no ensino superior
