Utentes da linha Braga-Porto pela A3 lamentam redução de horários

Diana Viegas, que integra a comissão de utentes que utilizam o autocarro que faz a ligação entre Braga e Porto pela A3, lamenta que a linha tenha sido reposta com menos horários. A bracarense interveio na Assembleia Municipal de Braga, na última sexta-feira, para lembrar que “Guimarães tem o dobro das ligações diárias, inclusive ao fim de semana”, algo que não acontece em Braga.
Recorde-se que a Área Metropolitana do Porto decidiu terminar com a linha, mas, depois de contestar a decisão, o autarca de Braga chegou a acordo com o do Porto. O serviço de transporte rodoviário de passageiros entre Braga e Porto, pela A3, tem o objetivo de ser “autossuficiente”, mas as duas autarquias admitem a possibilidade de haver um prejuízo até 50 mil euros. A acontecer, os custos vão ser repartidos entre as duas em frações iguais.
Os utentes mostram-se “apreensivos por haver”, depois da reativação da linha, “menos horários”. “Não vemos empenho afincado das entidades”, disse Diana Viegas, criticando ainda o facto de “não questionarem a comissão dos utentes para alinhar horários”.
João Marques, do grupo municipal do PSD, apresentou um voto de congratulação aos autarcas de Braga e Porto, bem como à CIM Cávado, que viria a ser aprovado, com as abstenções de CDU e BE. “ “Considerando que o serviço publico de transporte é de crucial relevância, para garantir aos utentes o acesso ao emprego, saúde e educação” e que a “abrupta sessação da linha prejudicou os utentes sem qualquer razão jurídica, política ou económica atendível”, João Marques considerou relevante enaltecer, com o voto de congratulação, “o ativo e pronto papel dos autarcas de Braga e Porto no restabelecimento da linha, mitigando os constrangimentos”. Além disso, o grupo municipal do PSD evidencia “o empenho da CIM Cávado em encontrar uma solução duradoura para garantir o serviço público de transporte”.
João Nogueira, do PS, fala de “uma situação abominável e uma irresponsabilidade da Área Metropolitana do Porto, que é detentora da linha”. “O interesse das pessoas tem que estar acima de tudo. O secretário da CIM Cávado procurou resolver o problema, só que foi confrontado com esta questão em cima da hora e a secretária da AMP nem atendia o telefone”, evidenciou.
A CDU, que se absteve, considera a linha “essencial”, mas Pedro Casinhas lamenta que a prioridade não seja “resolver o que leva muita gente a procurar aquela linha”, nomeadamente “as necessidades de saúde no distrito de Braga”. António Lima, do Bloco de Esquerda, outro partido que se absteve na votação, diz tratar-se “voto precoce”, porque “não se devia ter chegado aqui” e porque “a situação não está resolvida definitivamente”. “Devia ser uma exortação aos autarcas para resolver estes problemas”, atirou
Do lado da Iniciativa Liberal, Bruno Machado aprovou, “sob reserva”, porque considera que “a CIM Cávado podia ter tido uma postura mais proativa antes da supressão da linha”.
Do lado do PAN, Tiago Teixeira usou da palavra para enaltecer “o papel que a autarquia assumiu, para responder às necessidades da população”, lamento que tal não aconteça mais vezes.
Por fim, o deputado do PPM, Pedro Macedo, diz que a atitude de Braga e Porto são “uma prova de como devem funcionar as autarquias e as CIM”. “Se tivéssemos uma Área Metropolitana do Minho teríamos uma força maior para conseguir mais resultados, mas houve uma resposta de reação, para defender as pessoas”, finalizou.
