Variante delta predominante em Portugal continental daqui a 2 ou 3 semanas 

O microbiologista João Paulo Gomes considera que, dentro de duas a três semanas, a variante delta será predominante em Portugal continental e diz que a `delta plus`, por enquanto, não é preocupante pois tem pequena expressão e está “relativamente controlada”.

“Não podemos dizer com precisão, mas a velocidade em termos de prevalência desta variante no nosso país (em maio era 4% e em junho 55,6%) leva-nos a crer que dentro de duas a três semanas estará em todo o país a 80% a 90%”, afirmou o especialista do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

Em declarações à agência Lusa no dia em que foi divulgado o mais recente relatório de situação sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal, o especialista sublinha que relativamente à variante delta “há ainda uma heterogeneidade entre regiões”, o que pode alterar as previsões.

Segundo o relatório do INSA, a distribuição da variante delta varia entre 3,2% (Açores) e 94,5% (Alentejo).

O documento indica que a frequência relativa da variante delta é de 82,8% na região Centro, 76,4% em Lisboa e Vale do Tejo e 75% no Algarve. Na região Norte a variante dominante ainda é a alfa (conhecida inicialmente como variante do Reino Unido), com 62,7%, tendo a variante delta uma expressão de 32,1%.

“Tendo em conta a tendência observada entre maio e junho, é expectável que esta variante [delta] se torne dominante em todo território nacional durante as próximas semanas”, afirmou João Paulo Gomes, referindo que nas ilhas predomina a variante alfa: “tem estado a 100% na Madeira há três meses, agora é que variou um pouco”.

O especialista diz que a variante delta “está a crescer a uma velocidade surpreendente também noutros países” e, quando questionado sobre a `delta plus` diz que não é preocupante pois existe em apenas `alguns clusters` relativamente controlados.

Serão, segundo o especialista, menos de 50 casos da `delta plus`, identificados “em contexto próprio”.

“[A delta plujs] representa uma pequena percentagem de todas as delta, o que é positivo, e mostra apenas uma expressão residual e que não se estará a disseminar”, afirmou.

O especialista do INSA disse ainda que, pelas características genéticas, sabe-se que “muitos dos casos fazem parte de cadeias de transmissão muito especificas”, o que significa que “não se trata de múltiplas introduções que originaram múltiplas cadeias de transmissão, mas são `clusters` muito bem definidos”.

“Na região do Alentejo, por exemplo, há um `cluster` com pouco mais de uma dezena de casos da `delta plus`. Está relativamente controlado. É menos preocupante do que encontrar [a variante] espalhada por múltiplos pontos do país”, disse o responsável.

Lusa

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