Vaudeville Rendez-Vous. O festival que une a cultura no quadrilátero está de regresso

O Festival Internacional Vaudeville Rendez-Vous está de regresso em julho, entre os dias 19 e 24, integrando 13 espetáculos que resultarão em 28 apresentações ao vivo nas cidades de Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos.

À 7ª edição, o evento de circo contemporâneo apresenta cinco estreias a nível nacional e duas absolutas através de uma forte aposta na internacionalização, estando previstas atuações de companhias oriundas da Suécia, França e Espanha.

O maior destaque é a performance Váld, da companhia sueca Right Way Down, que resulta de uma colaboração entre festivais de circo de França, Dinamarca, República Checa e Portugal, através do Teatro Didascália, estrutura artística que organiza o Vaudeville Rendez-Vous.

“É uma estreia absoluta, de artistas suecos que trabalham o handstand [em português, técnica do pino], que não é muito usual. Será um ponto forte do festival, não só pela estreia mas também pelo projeto de cooperação que vai fazer circular a obra pelo território europeu”, disse esta tarde Bruno Martins, programador do festival, no Museu de Olaria, em Barcelos, local que acolheu a apresentação do certame.

Depois de um ano de interregno por força da pandemia, o Vaudeville está de volta, mas Bruno Martins deixou claro que o planeamento do regresso não foi fácil, lembrando que o festival de circo contemporâneo vive no “espaço público”.

“O facto de acontecer no espaço público traz logo uma série de imprevisibilidades a tudo o que possa ser a colocação de um objeto de arte em ambientes não tão controlados”, reconheceu, admitindo que as restrições sanitárias obrigaram a uma “agilidade muito grande das equipas de cultura dos municípios para encontrarem espaços que apresentassem, com toda a segurança, esta forte programação”.

Apesar da dificuldade de planeamento, Bruno Martins recordou que seria criada uma “mossa” caso o festival não ocorresse este ano, desvendando que o Vaudeville emprega, de forma direta, mais de 150 pessoas.

“Estamos a falar de equipas artísticas, técnicos e produtores, além de toda a economia gerada à volta do festival”, disse, acrescentando ainda que o Vaudeville terá um orçamento associado de perto de 200 mil euros.

Responsáveis autárquicos destacam regresso de evento que une o quadrilátero

Durante cinco dias, o Vaudeville será acolhido no Museu D. Diogo de Sousa, em Braga, na praceta Francisco Sá Carneiro e no Parque Radical, em Barcelos, no jardim do Paço dos Duques, em Guimarães, e no Parque da Devesa, em Famalicão.

Na apresentação do cartaz, a vereadora da Cultura de Braga, Lídia Dias, destacou que o anúncio do regresso do festival “é um dia feliz” depois da pausa forçada, destacando que o evento “é já um marco na programação de cada um dos concelhos”.

Já a vereadora da Cultura de Guimarães, Adelina Paula Pinto, sublinhou que o Vaudeville mostra que é possível “alavancar outros projetos de grande importância para ajudar a qualificar o território” do quadrilátero.

No caso de Famalicão, o chefe de divisão de Cultura e Turismo, Nélson Pereira, assinalou que o regresso do evento é sinal de que “as pessoas podem voltar ao espaço público e verem os seus artistas”, frisando o “comprometimento com os agentes locais” estabelecido pelos quatro concelhos.

Do lado de Barcelos, Miguel Costa Gomes, presidente da Câmara e líder da associação do quadrilátero urbano, vincou “a partilha” entre os concelhos que resulta do Vaudeville, festival que apresenta “espetáculos que normalmente as pessoas não estão habituadas a ver”.

Além dos espetáculos ao vivo, o festival apresenta atividades paralelas, pensadas para artistas e público em geral, como oficinas, masterclasses, workshps e uma sessão de pitching. Todo o programa da 7ª edição pode ser consultado aqui.