Vereadores da oposição criticam “desaparecimento” da Feira do Livro de Braga

A oposição no executivo municipal de Braga não concorda com o fim da Feira do Livro como moeda de troca do novo Festival Literário Utopia, anunciado há uma semana pelo município bracarense, em conferência de imprensa.

Esta segunda-feira, à margem da discussão da ordem de trabalhos da reunião de executivo descentralizada [em Ruílhe], o vereador da CDU Vítor Rodrigues alertou para a decisão tomada por Ricardo Rio, considerando que a câmara “não pode deixar cair a feira do livro” pela importância económica do evento para as pequenas editoras.

 “Ela desaparece e normalmente esta coisa de se transformar tudo em grandes eventos que depois surgem sempre associados à promessa de ser o maior e de conquistar o mundo, uma coisa que nos tempos que vivemos que no mínimo soa mal, de facto é menorizar e é a câmara demitir-se da organização de um evento que vinha melhorando em termos de programação, não tanto em termos de editoras presentes”, começa por referir. 

Outro aspeto criticado pela CDU é a data e a localização. “É completamente diferente termos um evento no início do verão, ao ar livre, com uma programação cultural acessível a todos”, sustenta ainda o vereador que hoje substituiu Bárbara de Barros.

Já os vereadores socialistas consideram que o festival literário Utopia não deve impedir a realização da feira do livro. Adolfo Macedo diz que a estratégia “não é boa” já que os eventos são “compatíveis”. 

Admitindo que a feira do livro “tinha muitos problemas”, nomeadamente a falta de editoras, refere que “não faz sentido acabar com um evento que tem oitenta mil pessoas” e 31 edições realizadas.

Festival Utopia vai custar perto de 100 mil euros, mais do que a Feira do Livro


Em resposta às críticas e questões apontadas pela oposição, o presidente do Município de Braga, Ricardo Rio, reafirma que acabar com a feira do livro é uma decisão política, e admite que os custos associados ao novo evento não deixam margem para realizar um festival literário e uma feira do livro. “É uma opção política de fazermos desde logo o foco num único momento e, em segundo lugar, obviamente também de gestão de recursos. A Feira do Livro tinha um orçamento considerável, o festival tem um orçamento ainda superior e não faria sentido estarmos a redundar a despesa nos dois eventos em termos de recursos municipais”, justifica. 

O orçamento do novo festival literário Utopia ronda os 100 mil euros.

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Elsa Moura
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