Via Verde AVC. “No Hospital de Braga, a deteção do AVC faz-se em 20 minutos”

Assinala-se esta quarta-feira o Dia Nacional do Acidente Vascular Cerebral (AVC), uma lesão provocada nos vasos sanguíneos do cérebro que afeta 25 mil pessoas por ano em Portugal, equivalente a três casos por hora. Em 2006, o INEM e a DGS criaram a Via Verde AVC, um mecanismo destinado a transportar rapidamente o paciente, do local onde se encontra, para um hospital qualificado com uma equipa pronta a agir rapidamente.
De acordo com Ana Rita Silva, médica neurologista do Hospital de Braga, o tempo recomendado para detetar a ocorrência de um AVC é de 30 minutos. Na unidade hospitalar, “a deteção acontece em média em 20 minutos”, relata. É um dos estabelecimentos de saúde que mais pacientes recebe através da Via Verde AVC, o que se traduz “num elevado fluxo de doentes”.
O objetivo é “tratar os doentes o mais rápido possível”, enfatiza a especialista. “O Via Verde AVC começa a partir do local onde o doente se encontra, no momento em que há sintomas. Deve-se ligar para o 112, o doente é reencaminhado para o hospital qualificado mais próximo, entra diretamente no hospital e realiza o exame essencial para diagnosticar o AVC, que decorre em minutos”, explica.
“Cada minuto conta”. É assim que Ana Rita Silva esclarece a finalidade da Linha Via Verde AVC, mecanismo que a família “deve conhecer para saber identificar os sintomas no doente e reencaminhá-lo o mais rapidamente possível para o hospital”.
Segundo a médica, é fundamental estar atento aos sintomas mais comuns. Entre eles, a alteração na fala, o desvio na boca e a falta de força num braço, perna ou ambos os membros. Apesar de ser uma “doença súbita”, há fatores de risco que devem ser tidos em consideração. “Tensões e colesterol altos e consumo de álcool e sal em excesso” fazem parte da lista.
De referir que, dos mil casos anuais que o Hospital de Braga recebe, “um terço dos pacientes não sobrevive, outro terço fica com marcas e apenas outra parte consegue recuperar”, detalha a neurologista.
Escrito por Marta Ferreira e editado por Ariana Azevedo
