Vítor Aguiar e Silva. “Uma figura do século XX e para sempre, que ficará ligada à Literatura Portuguesa”
A Uiversidade do Minho, a cidade de Braga e o país despedem-se esta quarta-feira de Vítor Aguiar e Silva, “uma figura que ficará para sempre pela paixão da literatura escrita em português”. É esta uma das lembranças deixadas por António Ferreira, autor do programa Livros com RUM, ao homem que também o inspirou nesta sua paixão pela literatura.
Numa “homenagem” sentida ao Professor Vítor Aguiar e Silva que morreu esta segunda-feira, a poucos dias de completar 83 anos, António Ferreira sublinha o “olhar fino, quase de águia, para aquilo que era a genialidade na construção de voz”. “Será uma figura do século XX e para sempre ligada àquilo que é a literatura portuguesa”, resume.
Entre os vários prémios atribuídos, destaque para o Prémio Camões em 2020. Vítor Aguiar e Silva, figura que foi sempre contra o novo acordo ortográfico, foi dos primeiros convidados de António Ferreira no programa Livros com RUM. O autor do programa da Universitária realça a relação do estudioso e teórico com a obra de Luís de Camões.
O professor Emérito e Catedrático Aposentado da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas da Universidade do Minho lançou outra obra muito elogiada por António Ferreira que considera até que “há um antes e um depois do trabalho ‘Teoria da Literatura’, em que o Professor corta, ou estabelece um novo olhar sobre a análise literária. Em síntese, traz para Portugal as novas teorias anglo-saxónicas, nomeadamente o neocriticismo e, a partir daqui, todos aqueles que gostam da literatura e os livros, foram influenciados de alguma maneira, até eu”, confidencia António Ferreira.
Vítor Aguiar e Silva completou o seu percurso académico em Coimbra. Com a abertura da Universidade do Minho, o Professor é um dos primeiros a chegar a Braga para ajudar a lançar a história das universidades novas portuguesas. O autor do Livros com RUM recorda, por isso, o entusiasmo de Aguiar e Silva pelas universidades novas. “Ficou cá no último terço do seu trabalho. Por aí, fica aqui a homenagem da Academia e da própria RUM”, finaliza.
Autor também do Leitura em Dia, António Ferreira deixa uma sugestão literária para aqueles que conhecem menos bem a obra de Vítor Aguiar e Silva – «A Lira Dourada e a Tuba Canora» -, “fácil de ler e entusiasmante para perceber que Camões é o topo da nossa língua e da nossa literatura”, afirma.
O funeral de Vítor Aguiar e Silva está agendado para esta quarta-feira às 11h00, na Igreja de São José de São Lázaro, em Braga.
